26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO27b - Gravidez, corporeidades e adolescências |
27150 - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: FATORES ASSOCIADOS À REALIDADE DE ESCOLARES BRASILEIRAS – PENSE 2015 CARMEN LÚCIA PEREIRA DIAS NERY - ESCOLA DE ENFERMAGEM - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, CAMILA SILVEIRA SILVA TEIXEIRA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, BARBARA CABRAL DE SOUSA OLIVEIRA - INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, JULIANA PEDRA DE OLIVEIRA MUNIZ - ESCOLA DE ENFERMAGEM - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, JACKELINE SILVEIRA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR, CAMILA MARIANA CARDENAS DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, RIDALVA DIAS MARTINS FELZEMBURG - ESCOLA DE ENFERMAGEM - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Apresentação/Introdução Na adolescência, as transformações físicas, emocionais e sociais, podem expor os jovens às diferentes manifestações de vulnerabilidade e levar à prática de relações sexuais de modo ocasional e, em alguns casos, desprotegida. Em todo o mundo, a maior ocorrência de gravidez entre as adolescentes está associada a grupos de vulnerabilidade social e, nessa realidade, 43% das gravidezes não são planejadas.
Objetivos Investigar os fatores associados à ocorrência de gravidez entre adolescentes escolares do Brasil.
Metodologia Trata-se de um estudo transversal com base de dados secundários, referente aos resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE 2015. Utilizamos os dados da amostra 1, contendo 102.301 escolares do 9º ano do ensino fundamental, de escolas públicas e privadas brasileiras. A ocorrência de gravidez foi a variável desfecho e como variáveis explicativas incluímos características individuais, sociodemográficas e de contexto familiar. A análise multivariada seguiu um modelo de regressão logística e nível de significância de 5%. A correção pelo efeito de desenho foi feita utilizando o comando Svy do Stata, para análise de amostras complexas.
Resultados As adolescentes avaliadas tinham média de idade de 14,9 anos (DP 1,21) e de iniciação sexual de 13,7 anos (DP 1,36), 64% eram de raça/cor negra e 39% tinham mães com ensino fundamental incompleto/completo. A prevalência estimada de gravidez foi de 9,2%. No modelo de regressão, ajustado por idade, o desfecho permaneceu associado a fatores como raça/cor negra (OR=1,20; IC95% 1,02-1,43), ter tido 3 ou mais parceiros sexuais (OR=2,37; IC95% 1,99-2,82) e ocorrência de relação sexual forçada (OR=1,82; IC95% 1,48-2,23). O incremento da escolaridade materna e o uso do preservativo na primeira relação sexual mostraram-se como fatores de proteção a este evento.
Conclusões/Considerações As vulnerabilidades sociais e individuais fragilizam o exercício autônomo e saudável da sexualidade. Logo, a atenção à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes deve ter na atenção primária um lócus privilegiado. A atuação da Estratégia de Saúde da Família em conjunto com escolas e pais, apoiada pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, mostra-se uma importante ferramenta de cuidado mais equânime às demandas de saúde individual e coletiva.
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