29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC13ac - Educação e Formação em Saúde |
22146 - A EXPERIÊNCIA DA SITUAÇÃO DE NECROPSIA NA FORMAÇÃO MÉDICA CÉSAR QUADROS MAIA - UFSJ, VINÍCIUS LEITE MELO - UFSJ, ELISA MAIA ALKMIM - UFSJ, AMANDA PAIS RAVASIO - UFSJ, RAFAEL LOURENÇO DONADELI - UFSJ, DENISE ALVES GUIMARÃES - UFSJ
Período de Realização A experiência abordada ocorreu ao longo do primeiro semestre de ano de 2017.
Objeto da Experiência A dinâmica que compõe a situação de necropsia como campo de experiências práticas na formação de estudantes de medicina.
Objetivos O presente relato tem por objetivo analisar alguns aspectos que constituem a complexa dinâmica da situação de necropsia e identificar impactos psicossociais desta atividade envolvendo estudantes de medicina do 1º período integrantes de Liga Acadêmica, funcionários do IML e o periciando.
Metodologia Para a construção desse relato as informações foram obtidas por meio da reflexão e da narrativa do estudante. Sendo assim, empreendeu-se a análise crítica da experiência vivenciada pelo ligante. Esse método consiste em estabelecer discussões e debates de maneira horizontal, entre os autores, à luz de estudos e referenciais teóricos das ciências humanas e sociais sobre a temática abordada.
Resultados Os impactos psicossociais observados em estudantes de medicina na situação da necropsia envolveram tanto a possibilidade de reflexão e desenvolvimento do pensamento crítico acerca dos processos e método de trabalho em torno do cadáver e da morte, como também o aparecimento de certa indiferença, associada à naturalização da morte e dos procedimentos da necropsia, expressa por brincadeiras, que apesar de tentarem atenuar a situação, muitas vezes são desrespeitosas com o periciando.
Análise Crítica Como relatado em estudos sobre o tema, observou-se o desenvolvimento de mecanismos de defesa psíquica naqueles que estão em contato constante com a morte, como forma de lidar com a angústia proveniente desta realidade de trabalho e tentar reduzir o desgaste emocional. Dessa forma, a frieza, a “desritualização” da morte e a indiferença são algumas estratégias empregadas pelos profissionais como autoproteção e que podem também ser aderidas, gradualmente, pelo estudante.
Conclusões e/ou Recomendações Por meio do diálogo estabelecido entre o caso descrito e a literatura, é possível desenvolver uma reflexão acerca da importância do acompanhamento dos acadêmicos inseridos nos campos de prática pelos professores e pela instituição de ensino, considerando os possíveis impactos psicossociais decorrentes de determinadas experiências práticas e suas possíveis repercussões, como exemplificado na prática em um ambiente de necropsia.
|