28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC13p - Produção de conhecimentos sobre educação, formação e saúde: relatos de pesquisa 1 |
27312 - PERFIL E PERCEPÇÕES DOS RECÉM-GRADUADOS EM MEDICINA NO BRASIL MARIO SCHEFFER - FACULDADE DE MEDICINA DA USP, MARIO ROBERTO DAL POZ - UERJ, ALINE GIL ALVES GUILLOUX - FMUSP, LILIA BLIMA SCHRAIBER - FMUSP
Apresentação/Introdução Existe lacuna de pesquisa de abrangência nacional voltada a traçar o perfil atual e percepções de médicos recém-graduados. Tal estudo é relevante pois o Brasil assiste aumento expressivo da quantidade de médicos formados – já são aproximadamente 30 mil vagas por ano em mais de 300 escolas médicas – , resultado de legislações e políticas recentes que impactam na oferta e na formação desses profissionais.
Objetivos Traçar o perfil sociodemográfico dos recém-graduados em Medicina no Brasil; e obter opinião e perspectivas desta população sobre atuação profissional, escolha de especialidades, sobre o SUS e a inserção dos médicos no sistema de saúde.
Metodologia Trata-se de estudo tipo survey, por meio de questionário estruturado com 104 questões junto aos médicos recém-formados em 2015 no momento de registro nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Foram variáveis de estratificação: 1) Sexo, 2) Natureza pública ou privada da escola médica de graduação; 3) Grandes Regiões do país. O número de participantes variou entre questões e dentro de cada estrato. Considerou-se o percentual dos diferentes estratos na população alvo para ajuste dos resultados. Os intervalos de confiança para as frequências foram calculados através de bootstrapping com 1.000 reamostragens. O estudo foi aprovado pelo CEP FMUSP (Parecer 797.424. 03/09/2014)
Resultados Foram analisados questionários de 4.601 participantes do estudo, dentre 16.323 médicos recém-formados elegíveis. Com maioria do sexo feminino, 1,8% se declararam negros e 16,2%, pardos; 57,3% têm rendimento familiar acima de 10 salários mínimos e 80% cursaram ensino médio em escola privada. Na especialização, 48% preferem Pediatria, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral ou Anestesiologia, enquanto Medicina de Família e Comunidade foi a 15ª especialidade em ordem de preferência. 82% defendem o SUS universal e 47% preferem trabalhar no sistema público. Condições de trabalho e qualidade de vida do lugar foram apontados como principais fatores de fixação profissional.
Conclusões/Considerações O ingresso em medicina no Brasil ainda privilegia indivíduos brancos e ricos. Impõe-se o desafio de compatibilizar a expansão de cursos com a democratização do acesso, com o aumento da diversidade socioeconômica, racial e étnica na graduação. É necessário aproximar o aumento quantitativo de médicos, os novos perfis geracionais, escolhas e motivações desses profissionais com as necessidades do sistema de saúde e da população.
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