27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC13i - Práticas de ensino em saúde 3 |
23284 - FORMAÇÃO MÉDICA E VIVENCIAS NA GRADUAÇÃO: PERCEPÇÕES DA NOVA MATRIZ CURRICULAR A PARTIR DA ANÁLISE QUALITATIVA DE GRUPOS FOCAIS. LEONARDO SALES LIMA - UESPI, AMANDA DO CARMO ALVES - UESPI, ROBERTA MACIEL NEGREIROS - UESPI, DENISE HERDY AFONSO - UERJ
Apresentação/Introdução Em 2001, o Ministério da Educação lançou as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação de Medicina, que instituía incluir dimensões humanísticas e promover a integração e a interdisciplinaridade. Nesse trabalho, avaliamos esse aspecto em uma instituição de ensino superior pública que passou por mudança curricular em 2013, incluindo as Disciplinas de Vivências no Projeto Pedagógico.
Objetivos Neste estudo, buscou-se identificar a percepção de estudantes de medicina acerca das disciplinas de “Vivências em Saúde” incluídas na última reforma curricular, assim como promover uma reflexão sobre a formação médica na instituição.
Metodologia Foi realizado um estudo Qualitativo Descritivo. Participaram estudantes do segundo e terceiro ano, regularmente matriculados no curso de medicina de uma universidade estadual localizada no nordeste do Brasil; e que tinham cursado a disciplina “Vivência em Saúde”. A coleta de dados deu-se através de Grupos Focais, organizados conforme período e disciplina cursada. Cada grupo tinha no máximo 10 participantes, com seleção voluntária, a partir de convite prévio. Os grupos tiveram áudio gravados com a devida autorização dos participantes. As gravações foram transcritas e analisadas. As análises foram categorizadas e configuradas a partir de um referencial teórico atual.
Resultados Os alunos mostraram-se insatisfeitos com a mudança. Eles relatam que não há comunicação entre as disciplinas humanísticas, e que elas parecem se repetir ao longo do curso. Um exemplo disso é a disciplina de Vivências, criada para inserir os alunos na prática precocemente e aproximá-los de problemas reais. Porém, ela tem sido descaracterizada e deu lugar a mais aulas teóricas sobre saúde pública e humanização. Os discentes revelam que chegaram até a assistir a mesma aula duas vezes em um único dia, em disciplinas diferentes. Dessa forma, os estudantes perdem a oportunidade de se tornarem profissionais ativos e inseridos no local que vão atuar.
Conclusões/Considerações As mudanças no Projeto Pedagógico do curso de Medicina desta instituição não geraram uma melhora tão significativa na formação médica. Novas mudanças devem ser feitas, com a ajuda de docentes e discentes. Também é necessário diminuir a distância entre as áreas humanísticas e as biológicas, afim de garantir o desenvolvimento das práxis. Planejamento e Desenvolvimento Docente podem contribuir para o sucesso.
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