27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC13c - Processos educativos e de formação de ACS |
27163 - INTEGRALIDADE E EFETIVIDADE: ANÁLISE DO IMPACTO DA FORMAÇÃO INTERSETORIAL DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO PROGRAMA SÃO PAULO CARINHOSA GABRIELA SPANGHERO LOTTA - UFABC, DOUGLAS NIER DE OLIVEIRA - UFABC, ÉRIKA FISCHER - PREFEITURA DE SÃO PAULO (2013-2016), TERCIANE ALVES - PREFEITURA DE SÃO PAULO (2013-2016), ANA ESTELA HADDAD - USP
Apresentação/Introdução Atendimento integral requer políticas intersetoriais, como é o caso de políticas voltadas à primeira infância. A ação intersetorial requer a construção de arranjos de coordenação e também formação intersetorial dos profissionais envolvidos em políticas setoriais. Essa foi uma das estratégias adotadas pelo programa São Paulo Carinhosa que capacitou ACS numa lógica interdisciplinar e intersetorial.
Objetivos O objetivo do artigo é analisar o impacto da formação intersetorial sobre primeira infância na atuação de ACS, visando compreender se e como a formação foi capaz de melhorar a atuação destes profissionais no atendimento às crianças e suas famílias.
Metodologia A pesquisa é exploratória e qualitativa, baseada em entrevistas semiestruturadas com 79 ACS que participaram do processo de formação do São Paulo Carinhosa (Prefeitura de SP), de 11 UBS. A seleção dos ACS contemplou diversidade de: tempo de trabalho; formação inicial; outras formações em saúde. Os roteiros questionavam: perfil, trajetória, formação, percepção sobre relacionamento com comunidade e equipe, impressões sobre o curso e avaliação de que práticas aprendeu no curso. Foram levantadas e analisadas narrativas sobre: histórias de atendimentos que foram transformados após a formação e histórias que poderiam ter conduzido de forma diferente caso tivessem feito a formação antes.
Resultados As entrevistas e análise das narrativas permitem concluir que o curso trouxe mudanças em diferentes dimensões que transformaram elementos do cotidiano profissional e pessoal dos ACS. Foram mapeados cinco diferentes efeitos do curso: ampliação das possibilidades de encaminhamento intersetoriais; aprimoramento de conhecimentos e mudança de práticas e estratégias de abordagem; alteração dos processos de diagnóstico e compreensão dos casos; alteração das práticas de atuação; mudança nos processos de julgamento e entendimento da normalidade. O curso permitiu, portanto, não apenas aquisição de novos conhecimentos, mas também adoção de diferentes práticas de ação, mais integrais e includentes.
Conclusões/Considerações A melhoria da efetividade das políticas requer investimento em intersetorialidade. Mas esta deve ser vista não apenas como construção de redes e arranjos de políticas, mas também formação de atores setoriais que possam incorporar diferentes conhecimentos e práticas no cotidiano de implementação. Esta incorporação permite avançarmos em políticas mais integradas, mais includentes e voltadas a resolução dos problemas com base na sua complexidade.
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