28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO13ac - Diálogos sobre Educação e Formação em Saúde 29 |
24141 - DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE À INTELIGÊNCIA COLETIVA: NOVAS PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO E A COMUNICAÇÃO NA ATENÇÃO A CONDIÇÕES CRÔNICAS ANTONIO PITHON CYRINO - UNESP, FMB, RICARDO RODRIGUES TEIXEIRA - USF, FM, DEPTO DE MEDICINA PREVENTIVA
Apresentação/Introdução Neste momento, pós-transição epidemiológica, no qual a atenção às doenças crônico-degenerativas é a principal demanda dos serviços de saúde, a Educação em Saúde passa a ocupar um lugar central nessa assistência. Ao mesmo tempo, uma nova problemática está colocada, pois para tais condições de cronicidade, como o diabetes mellitus, é o próprio individuo que deve governar o seu cuidado.
Objetivos Analisar criticamente as relações entre o conceito de autocuidado da Educação em Saúde e a noção de cuidado de si, entre conhecimentos técnico-científicos e saberes da experiência de pessoas que vivem com diabetes mellitus.
Metodologia Para alcançar os objetivos propostos utiliza-se do "quadrivium ontológico" e seus quatro "modos de ser" - possível, real, virtual e atual -, proposto por Pierre Lévy. Isto é realizado a partir de dados empíricos de estudo quali-quantitativo, realizado com portadores de diabetes, por meio de grupo focal, entrevistas em profundidade e questionários aplicados a usuários de serviços de atenção primária à saúde. Esta perspectiva teórica do "quadrivium ontológico" permite estabelecer uma diferenciação entre as dimensões latentes e manifestas da ação humana.
Resultados O autocuidado na Educação em Saúde volta-se para a mudança de comportamento de indivíduos, definindo competências que lhes são requeridas para um adequado controle, a partir de problemas estabelecidos pelos profissionais de saúde. O cuidado de si é analisado enquanto resultado do enfrentamento cotidiano de problemas, não definidos a priori, mas fruto dos constrangimentos/desejos produzidos pela vida e que requerem do sujeito a percepção deste problema e sua solução/criação. É nesse cuidado de si, na liberdade criativa diante dos constrangimentos da vida, que o sujeito atualiza seus saberes da experiência (competência efetiva), sem os quais não é possível levar bem a vida com o diabetes.
Conclusões/Considerações Os profissionais de saúde precisam orientar-se menos para o "educar" (modificar comportamentos) e muito mais para apoiar e acompanhar o processo de criação de competências de diversas naturezas e lidar com os inúmeros obstáculos que o portador de uma condição de cronicidade, como o diabetes, enfrenta em seu cotidiano. Com a comunicação em rede, caminhamos para a superação da educação em saúde tradicional e na direção de uma inteligência coletiva.
|