28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO13z - Diálogos sobre Educação e Formação em Saúde 26 |
26823 - CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL A PARTIR DE DIFERENTES FORMAÇÕES PROFISSIONAIS LISLAINE SANTOS GUIMARAES - PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS, LAURA CAMARA LIMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO - UNIFESP, SIDNEI JOSE CASETTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO - UNIFESP
Apresentação/Introdução O estudo originou-se de um incômodo do cotidiano da pesquisadora e psicóloga de um CAPS de Santos-SP com o fato de que os diversos entendimentos sobre cuidado em saúde mental entre os membros da equipe multiprofissional provocavam divisões dentro da própria equipe a respeito das condutas, divisões essas que interferiam na efetividade do trabalho.
Objetivos Investigar como os trabalhadores compreendem a doença mental. Investigar como profissionais de diferentes formações concebem e praticam o cuidado em SM. Discutir e ampliar o repertório de cuidados em SM. Mobilizar processos de Educação Permanente.
Metodologia A investigação foi empírica, transversal, exploratória e qualitativa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelos comitês de ética. O roteiro, elaborado com base nos objetivos do estudo, foi o instrumento norteador das entrevistas semiestruturadas. A amostra não probabilística compreendeu metade dos profissionais do CAPS. Esta amostra ficou estabelecida por conveniência. A escolha dos entrevistados visou garantir a maior representatividade possível de opiniões. O TCLE foi entregue aos sujeitos antes das entrevistas, as quais foram gravadas. Após serem transcritas, as entrevistas tiveram seu conteúdo analisado com base nos objetivos da pesquisa, pelo método da Análise Temática de Conteúdo.
Resultados A maioria dos sujeitos não queria trabalhar na SM. Dos 13 entrevistados, apenas 5 desejavam. Com a experiência, todos mudaram sua visão sobre SM, menos o psicólogo. A enfermeira e o médico deram respostas opostas à maioria: eles queriam trabalhar na área, tiveram conteúdos na formação, tinham experiência prévia e se sentiam capacitados, mas suas visões da SM também mudaram. Alguns entrevistados verbalizaram que a estratégia do apoio mútuo tornava o trabalho uma fonte de prazer. Todos demonstraram dificuldade de elencar quais ações poderiam melhorar seu trabalho. Parece que a situação atual da rede levou os trabalhadores a um processo de imobilização que dificulta pensar formas de resistência.
Conclusões/Considerações A hipótese inicial do estudo, de que a formação profissional determinaria as concepções e práticas de cuidado, não se confirmou. A prática diária, o tempo de atuação na área, os valores pessoais e o posicionamento político e ideológico denotaram ter influência maior do que a formação inicial. Esses dados apontam que, mesmo nos casos em que os profissionais tiveram conteúdos sobre SM na formação, não é disso que necessitam e nem é o que valorizam.
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