26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO13d - Diálogos sobre Educação e Formação em Saúde 4 |
21274 - DEIXEM OS CORPOS LIVRES! REFLEXÕES EM ESPINOSA ACERCA DE COLETIVOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE ELUANA BORGES LEITÃO DE FIGUEIREDO - UFF/UNISUAM, ANA LÚCIA ABRAHÃO - UFF
Apresentação/Introdução O vínculo existente entre a filosofia de Espinosa e a produção de coletivos na saúde é uma demonstração da relação entre potência do encontro e poder de afetação. O encontro de que trata o estudo é aquele que produz marcas, que é transito do vivo. Todo ser vivo produz encontros, é no movimento da vida que eles acontecem, pulsam, gritam, suplicam por afetos e por novas re-existências.
Objetivos Apresentar resultado de pesquisa cientifica de doutorado em ciências do cuidado em saúde da escola de enfermagem da UFF realizado a partir da experimentação de coletivos de educação permanente em um município do interior do estado do Rio de Janeiro.
Metodologia Trata-se de um ensaio que visou compreender e cartografar a produção de encontros em um coletivo de educação permanente em saúde. O estudo baseou-se pela filosofia do filósofo Baruch Espinosa. A metodologia utilizada na presente reflexão se propôs a fluir no ‘entre’ corpos, no ‘entre’ encontros por meio de uma ética que acolhe traços desviantes, livres e menores como potências para a produção de conhecimentos em saúde. Portanto, pode ser considerado como um modo nômade, ético e político de se produzir pesquisa cujo plano de consistência é provisório, rizomático e efeito das forças, das intensidades e dos afetos produzidos no campo de pesquisa
Resultados A filosofia Espinosana remontou caminhos possíveis na produção de conhecimentos para o cuidado em saúde em que a rede de relações afetivas que se estabelecem na educação se entrelaçam em um processo aberto de determinação de devires. A experimentação foi marcada por conceitos de multidão, composição, afecção, corpo e potência deslocando a educação na saúde da presença asséptica dos corpos (anatômicos) passando a produzir um corpo em multiplicidade. Assim, a relação Espinosa-Saúde denuncia a ideia de que é do interior da servidão dos corpos que se constrói a liberdade humana. Não. Não é. É necessário deixar os corpos livres! Deixar o corpo ser transito do vivo.
Conclusões/Considerações O aprendizado não é algo que é fora de nós, sobretudo, se da na relação com o mundo, criando formas de vidas mais livres. É necessário deixar passar um afeto que ‘violente o pensamento pronto, que modifique o corpo e que o force agir, cuidar e afirmar a vida, qualquer vida. Assim, concluo com a questão: como deslizar por entre as formas totalizantes da educação no campo da saúde, nos aproximando cada vez mais da natureza imanente de nós mesmos?
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