26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO23a - Práticas Integrativas e Coplementares na Atenção Primária à Saúde |
27147 - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE PARA PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DO LIAN GONG EM TRATAMENTO DA DIABETES MELLITUS TIPO II NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NELSON FILICE DE BARROS - UNICAMP, FLÁVIA LIPARINI PEREIRA - UNICAMP, JOSÉ LUIZ MIXTRO - UNICAMP, ELAINE PALANDI - UNICAMP, BIANCA STELLA RODRIGUES - UNICAMP
Apresentação/Introdução As representações sociais do binômio saúde-doença têm sido amplamente estudadas em diferentes contextos. Observou-se que seus sentidos variam de acordo com condições específicas de existência, tipo de doença, modelos de cuidado e outros condicionantes. Porém, as RS de saúde para pessoas que associam tratamento convencional do diabetes tipo II com o Lian Gong (LG) não foi investigada.
Objetivos Analisar comparativamente as representações sociais de saúde para pessoas em tratamento da diabetes mellitus tipo II que praticam ou não o Lian Gong, prática corporal da Medicina Tradicional Chinesa, nas unidades básicas de saúde.
Metodologia Foi realizada pesquisa qualitativa, entre 2015-16, com 96 entrevistas semiestruturadas com pessoas em tratamento da diabetes tipo II em diferentes serviços da Atenção Primária em Saúde (APS) do município de Campinas/SP. A amostra foi de 45 indivíduos praticantes de LG e 51 não praticantes de LG ou outra Prática Integrativa Complementar (PIC). As entrevistas foram gravadas, transcritas, analisados tematicamente e de forma comparativa. A análise qualitativa comparativa é uma inovação na pesquisa com as PIC e buscou observar possíveis diferenças na construção de sentidos nas narrativas de pessoas que associam e não associam práticas de cuidado no tratamento de condições crônicas.
Resultados As representações sociais de saúde diferem qualitativamente entre as pessoas que tratam diabetes tipo II que praticam ou não o LG. Aqueles que tratam o diabetes convencionalmente e associam com o LG representaram a saúde fortemente relacionada às ideias de autonomia e disposição no dia a dia; em menor parte, associaram às ideias de ausência de doenças ou ausência do uso de medicação; e, também, com sociabilidade, vida e prazer. Já os entrevistados que não praticam o LG representaram a saúde como ausência de doenças e ausência do uso de medicação; em menor parte, associada com autonomia e disposição; e relacionada à possibilidade de trabalho, ganhar dinheiro e cuidar-se.
Conclusões/Considerações Para as pessoas que tratam o diabetes tipo II apenas convencionalmente na atenção básica a representação sobre saúde é mais bem compreendida com relação à ausência de enfermidade e medicação. Para as pessoas que associam o tratamento convencional com a prática de Lian Gong, apesar de persistirem padrões biomédicos, as representações sociais sobre a saúde são mais positivas, inclusive com narrativas mais otimista da vida.
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