29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC26c - Problemas de saúde, atenção e práticas tradicionais |
25567 - CONTEXTUALIZAÇÃO, PRÁTICA E PROMOÇÃO EM SAÚDE BUCAL NA ALDEIA KARAJÁ – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA FERNANDA XIMENES AMADO MARTINS - UFF, LEANDRO MENDES REBOREDO - UFF, LUIS SÉRGIO SANTOS - ONG AMAZONAS VISÃO, MARNENE SOARES SOUZA - ONG AMAZONAS VISÃO, MARCUS D‘AVILA CÂNDIDO SOUZA - ONG AMAZONAS VISÃO, KÁRISTON OLIVEIRA BORGES - ONG AMAZONAS VISÃO, ANGELA SCARPARO - UFF
Apresentação/Introdução Segundo Paulo Buss (2010), a saúde é o maior e melhor recurso para o desenvolvimento social e qualidade de vida, e esta é fundamental para o indivíduo ou comunidade. Em síntese, promover a saúde é proporcionar a qualidade de vida.” Dentro da realidade indígena, essa filosofia tem se mostrado distante por ainda haver condições desfavoráveis ao modelo biopsicossocial idealizado.
Objetivos Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de uma proposta de extensão odontológica na Aldeia Karajá, São Felix do Araguaia (MT), junto a ONG Amazonas Visão, em outubro de 2017.
Metodologia A proposta de experiência foi dividida em 3 etapas: 1. Territorialização e vivências da rotina indígena; 2. Atendimento clínico e 3. Educação e promoção da saúde. Durante a etapa 1, realizaram-se visitas domiciliares, acompanhadas de um agente de saúde indígena. A etapa 2, consistiu na realização de tratamentos restauradores atraumáticos (TRA), exodontias simples, raspagens, orientações de higiene bucal, aplicações tópicas de flúor. Por fim, na etapa 3, a promoção da saúde foi alcançada através de palestras, rodas de conversa, teatro com fantoches, tendo como premissa abordar os seguintes eixos temáticos: doença cárie, alimentação, higiene bucal e importância da pasta com flúor.
Resultados Constatou-se que a população indígena não possui atendimento clínico, necessitando deslocar-se até a cidade, percurso este feito de barco (5km). Observou-se que a população não possui informações mínimas referentes à saúde bucal. Durante a territorialização foi constatada a ausência de saneamento básico e tratamento da água de abastecimento, tendo este, grande impacto na saúde bucal, em virtude do número de dentes perdidos, além das indicações de exodontia. Observou-se grande ingestão de açúcares e produtos industrializados provenientes dos grandes centros. Durante as ações coletivas a barreira do idioma foi um grande obstáculo para a sensibilização sobre a importância da saúde bucal.
Conclusões/Considerações Vivenciar a realidade de saúde bucal, bem como a ausência da promoção da saúde, onde a atenção básica é precária e de difícil acesso, foi um divisor quanto à aquisição de conhecimentos e habilidades. A experiência de estar inserido em uma cultura diferente e a oportunidade do contato com os indígenas trouxe questões reflexivas sobre o papel do profissional da saúde e da essência como ser humano.
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