29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC26c - Problemas de saúde, atenção e práticas tradicionais |
24691 - ADEQUAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL DE MULHERES INDÍGENAS MARIA LUIZA GARNELO - INSTITUTO DE PESQUISA LEONIDAS & MARIA DEANE, ANA LÚCIA ESCOBAR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, BERNARDO LESSA HORTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, ANDREY MOREIRA CARDOSO - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, JAMES ROBERT WELCH - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, RICARDO VENTURA SANTOS - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, CARLOS EVERALDO ÁLVARES COIMBRA JR. - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
Apresentação/Introdução O 1o Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas enfocou condições sensíveis à atenção primária em crianças e mulheres indígenas no Brasil; dentre elas a atenção pré-natal. A pior adequação do pré-natal vem sendo encontrada em municípios da Amazônia legal, (Leal et al, 2015) onde vive a maioria dos povos indígenas no Brasil, apontando a necessidade de investigar tais eventos vitais.
Objetivos Avaliar, através de indicadores selecionados do Programa Nacional Humanização do Pré-natal e Nascimento, a adequação do pré-natal ofertado às mulheres indígenas
Metodologia Estudo transversal de base populacional, representativo para as macrorregiões do país, avaliou a adequação do pré-natal de 3.435 mulheres indígenas com pelo menos um filho menor de 60 meses ou grávidas no momento da entrevista, e sua associação com características sócio-demográficas maternas. A avaliação priorizou variáveis como adequação do número consultas; realização de procedimentos clínico-obstétricos e exames laboratoriais; e adequação global pela análise combinada dos indicadores anteriores. Considerou-se como adequado o pré-natal com alcance de pelo menos 80% das variáveis analisadas
Resultados A média de idade foi 29,4 anos, com total de filhos variando entre 4,9 (para o Norte) e 3,8 a 3,1 para as demais regiões. No acesso ao pré-natal, 77,3% de gestantes da região Norte e 83,8% no Centro-Oeste tinham recebido atenção pré-natal, contra 87,1% do Nordeste e 98,5 % do Sul/Sudeste. A realização de procedimentos clínico-obstétricos variou entre 94% (para tomada de peso, altura e aferição de pressão), 82,2% (ausculta de BCF); 42,1% (exames das mamas) e 4,3% (medida altura uterina). Observou-se percentuais menores para exames preconizados (entre 40-60% para solicitação de EAS, hemograma, HIV, VDRL; 30-39% para hepatite B e toxoplasmose; < 30% para rubéola e glicemia).
Conclusões/Considerações Os resultados evidenciam desigualdades regionais de acesso e grave inadequação da atenção pré-natal ofertada às indígenas. Esta tanto se expressa na rememoração dos procedimentos pelas gestantes entrevistadas, quanto nas ações técnicas desenvolvidas e registradas em fontes oficiais. Recomenda-se o aprimoramento da capacitação da força de trabalho, da provisão de insumos para o pré-natal e da análise dos dados gerados pelas equipes.
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