29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC26c - Problemas de saúde, atenção e práticas tradicionais |
24344 - FALHAS NO RECEBIMENTO DA VACINA CONTRA HEPATITE B EM CRIANÇAS INDÍGENAS MENORES DE 5 ANOS EMILY MAVIANA DA TRINDADE SANTOS - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA (ENSP/FIOCRUZ), ANDREY MOREIRA CARDOSO - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA (ENSP/FIOCRUZ), FELIPE GUIMARÃES TAVARES - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF), GUILHERME WERNECK - IESC/UFRJ E IMS/UERJ, BERNARDO LESSA HORTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), CARLOS EVERALDO ALVARES COIMBRA JR. - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA (ENSP/FIOCRUZ)
Apresentação/Introdução A hepatite B é uma doença imunoprevenível, com esquema vacinal de 3 doses, sendo, a primeira aplicada idealmente até 12 horas após o parto, a fim de prevenir a transmissão vertical da doença. Estudos indicam alta prevalência de infecção pelo vírus da hepatite B em povos indígenas do Norte do Brasil. O risco de desenvolver a infecção crônica e complicações, varia inversamente com a idade em que ocorre a infecção.
Objetivos Analisar as prevalências de aplicação não oportuna da 1ª dose da vacina contra hepatite B e do esquema vacinal incompleto em crianças indígenas <5 anos, segundo macrorregiões (N, CO, NE, S/SE), bem como investigar os fatores associados a esses desfechos.
Metodologia Estudo transversal de base populacional a partir dos dados do I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas do Brasil (2008/2009). Foram estimadas Razões de Prevalência (RP) brutas e ajustadas de aplicação não oportuna da 1ª dose de vacina e do esquema vacinal incompleto contra o vírus da hepatite B (VHB), por meio de Regressão de Poisson com variância robusta, em uma análise multinível com abordagem hierarquizada. Foram considerados os níveis aldeia e indivíduo.
Resultados As probabilidades de não oportunidade da 1ª dose da vacina e do esquema incompleto da vacina contra hepatite B foram menores nas crianças das regiões Sul/Sudeste, Nordeste e Centro-oeste em relação às do Norte. Identificou-se associação inversa da não oportunidade da 1ª dose com índice socioeconômico (RP:0,91; IC:0,86-0,96) e realização de parto hospitalar (RP: 0,59; IC: 0,53-0,65). Para ambos os desfechos, identificou-se associação inversa com escolaridade materna (RP:0,86); nº de consultas de pré-natal (RP:0,88) e baixo peso ao nascer (≤ 2000g -RP: 1,38). No esquema incompleto identificou-se associação inversa com apoio da Pastoral da Criança (RP:0,75; IC:0,60-0,93).
Conclusões/Considerações A oportunidade no recebimento da 1ª dose e a cobertura do esquema completo da vacina contra o VHB têm sido insatisfatórias em crianças indígenas do Brasil. É necessário ampliar a oferta e o acesso à 1ª dose imediatamente ao nascimento e ao esquema completo da vacina contra o VHB, bem como qualificar o pré-natal, para assegurar o direito de proteção do recém-nascido, minimizando riscos para transmissão vertical ou precoce da doença entre povos indígenas no Brasil.
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