Comunicações Orais Curtas

29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC26c - Problemas de saúde, atenção e práticas tradicionais 

22740 - SAÚDE MENTAL INDÍGENA: INTERCULTURALIDADE, MEDICALIZAÇÃO OU MEDICAMENTALIZAÇÃO?
RUI MASSATO HARAYAMA - UFOPA


Apresentação/Introdução
A saúde mental das populações indígenas é tema recorrente devido o elevado consumo de álcool e casos de suicídios. A persistência desse quadro epidemiológico agrava-se pelas dificuldades de pontes interculturais de diálogo entre o conhecimento antropológico e o sistema nosológico ocidental, resultando na medicalização e farmaceuticalização da assistência à saúde indígena.


Objetivos
Correlacionar dados etnográficos e literatura antropológica com informações dos sistemas de assistência à saúde indígena objetivando mapear possíveis distritos sanitários, etnias e ciclos de vida com processos de medicalização e medicamentalização.


Metodologia
Foram solicitadas informações a partir da lei da transparência (lei 12.527/2011) em dois cenários: o padrão de dispensação de medicamentos via Sistema Hórus Indígena (2012-2017), assim como a quantificação de ações realizadas pelas Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena – EMSI - relacionadas à Saúde Mental (2014-2016) e Sistematizadas no SIASI. As ocorrências foram correlacionadas com descrições etnográficas que falam sobre saúde indígena e saúde mental indígena, com destaque para as descrições que versam sobre temas relativos ao processo de iniciação xamânica e o uso de psicofármacos em contextos indígenas.


Resultados
Observa-se a crescente medicalização da assistência à saúde indígena com 34857 atendimentos relacionados a sofrimento psíquico no ano de 2016. Em 2014 e 2015, 602 de psicólogos e psicanalistas realizados em crianças de 0 a 4 anos, 461 em crianças de 5 a 9 anos e 1263 na faixa de 10 a 19 anos. Na dispensação de medicamentos, houve grande quantidades de antiepilépticos, anticonvulsionantes e antidepressivos em montantes equivalentes a medicamentos para hipertensão e diabetes. Esses dados podem ser respostas da assistência à saúde aos dados etnográficos que correlacionam casos de convulsão e crises epilépticas com processos de iniciação xamânica e sofrimentos psíquicos a doenças espirituais.


Conclusões/Considerações
A pesquisa revela a necessidade de discussão do Uso Racional de Medicamentos e Outras Tecnologias Sanitárias em contextos interculturais, sobretudo no que tange o uso de psicofármacos que podem ser prescritos no sentido ocidental de cura para interromper ou alterar processos de iniciação xamânica ou espirituais.

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