27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC26a - Análises da situação de saúde dos povos indígenas |
27616 - PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE E EXCESSO DE PESO EM MULHERES INDÍGENAS: RESULTADOS DO I INQUÉRITO NACIONAL DE SAÚDE E NUTRIÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL FELIPE GUIMARAES TAVARES - EEAAC/UFF, CARLOS E. A. COIMBRA JR. - ENSP/FIOCRUZ, JAMES R. WELCH - ENSP/FIOCRUZ, ANDREY MOREIRA CARDOSO - ENSP/FIOCRUZ, RICARDO VENTURA SANTOS - ENSP/FIOCRUZ, ALINE A. FERREIRA - INJC/UFRJ, PEDRO I. CABRAL LIRA - UFPE, BERNARDO L. HORTA - UFPEL
Apresentação/Introdução Mundialmente, o excesso de peso é um tema central para a saúde pública. O acelerado aumento nas prevalências de sobrepeso e obesidade observado nas últimas décadas tem sido reportado em populações de diversos países do mundo. No Brasil, inúmeros estudos apontam a ocorrência de transição nutricional nos povos indígenas, resultando em elevadas prevalências de sobrepeso e obesidade.
Objetivos Estimar a prevalência de excesso de peso e obesidade e identificar fatores associados em mulheres indígenas no Brasil e macrorregiões.
Metodologia Trata-se de um estudo transversal sobre excesso de peso (EP) e obesidade em mulheres indígenas de 14 a 49 anos residentes em aldeias localizadas em quatro macrorregiões do Brasil, participantes do I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Foram analisados dados de peso e estatura, socioeconômicos, demográficos e padrões de alimentação. e investigados os fatores de risco associados a sobrepeso e obesidade por meio de regressão logística multivariada multinível.
Resultados O estudo investigou 4.972 mulheres, residentes em 113 aldeias. A prevalência EP e obesidade foram, respectivamente, 42,1% e 12,9%. A maior prevalência de excesso de peso foi registrada no Sul/Sudeste (SuSE) (54,7%), seguida pelo Centro-Oeste (CO) (52,8%), Nordeste (NE) (41,3%) e Norte (NO) (31,2%). As prevalências de obesidade foram: SSE (22,6%), CO (17,2%), NE (13,5%) e NO (6,1%). O modelo final para o EP incluiu as variáveis (p<0,05): macrorregião, índice de bens domiciliares, idade e escolaridade feminina. O mesmo conjunto de variáveis, em geral, com padrões semelhantes de associação, foram mantidos no modelo de obesidade, além de "compra domiciliar" e "índice de condições de habitação".
Conclusões/Considerações Em geral, valores do índice de bens domiciliares mais elevados, condições de vida associadas à urbanização, menor dependência da produção local de alimentos, maior idade e paridade, foram associados ao EP e à obesidade entre as investigadas. Face às elevadas prevalências dos desfechos, é fundamental considerar os impactos das políticas governamentais no campo da alimentação e nutrição direcionadas aos povos indígenas sobre o perfil nutricional.
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