27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO26b - Nutrição e Alimentação dos povos indígenas |
23575 - PESO AO NASCER EM CRIANÇAS INDÍGENAS DO BRASIL A PARTIR DO I INQUÉRITO NACIONAL DE SAÚDE E NUTRIÇÃO INDÍGENA ALINE ALVES FERREIRA - 1. INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO (INJC/UFRJ), BERNARDO L. HORTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), MIRIAN CARVALHO DE SOUZA - INCA, ANDREY M. CARDOSO - 4. ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP/FIOCRUZ), JAMES R. WELCH - 4. ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP/FIOCRUZ), CARLOS E. A. COIMBRA JR. - 4. ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP/FIOCRUZ)
Apresentação/Introdução O Peso ao nascer (PN) é um importante preditor de morbimortalidade infantil, além de estar relacionado a diversos desfechos em saúde na infância e na fase adulta. Estudos realizados com indígenas na América do Norte e Europa ressaltam iniquidades de saúde no período perinatal. Porém, pouco se conhece acerca do recém-nascido entre populações indígenas na América Latina.
Objetivos Analisar o peso ao nascer de crianças indígenas menores de 5 anos a partir dos dados do I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição Indígena, realizado em 2008-2009.
Metodologia Foi realizado inquérito populacional com amostragem probabilística estratificada representativa das populações indígenas residentes em aldeias em quatro macro-regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste/Sul). As crianças residentes nas aldeias amostradas foram selecionadas por censo ou amostragem sistemática, a depender do tamanho da população da aldeia. A pesquisa avaliou o estado de saúde e nutrição das crianças < 5 anos, além de entrevistar mães ou responsáveis. Os dados de PN foram extraídos de registros secundários existentes e categorizado de acordo com o Ministério da Saúde (2011) e utilizou-se o teste qui-quadrado para analisar diferenças nas proporções (IC95%).
Resultados Foram obtidas informações de 3993 crianças (70,0%). A maior perda foi na macro-região Norte (51,4%) e a menor, no Nordeste (19,1%). O Nordeste apresentou a maior média de PN (3.270,3g; IC95%:3264,0-3276,7) e o Centro-Oeste, a menor (3163,7g; IC95%=3157,5-3169,8). A prevalência de baixo PN (BPN) foi de 7,6%, sendo significativamente diferente entre as macro-regiões e sexos (p < 0,001). As prevalências variaram de 7,3% (Nordeste) a 7,9% (Centro-Oeste); de 6,1% (Sul/Sudeste) a 7,7% (Centro-Oeste) no sexo masculino e de 8,2% (Centro-Oeste) a 9,3% (Sul/Sudeste), no sexo feminino. A maioria dos partos foi vaginal (84,1%), com BPN em 7,2% e ocorreram fora da aldeia (78,5%), com 7,1% de BPN.
Conclusões/Considerações As altas prevalências de BPN e as diferenças encontradas entre macro-regiões reforçam as desigualdades em saúde indígena no país. Os dados ausentes ou sub-registros, especialmente em macro-regiões com maior densidade populacional indígena e menos favorecida socioeconomicamente, como o Norte, ressaltam disparidades importantes no registro vital sobre recém-nascidos indígenas no país.
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