28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC6b - Comunicação, sociedade e sentidos (experiências e pesquisas) |
28995 - A SAÚDE PÚBLICA NO IMAGINÁRIO TELEVISIVO DAS SÉRIES: O SUS EM PERSPECTIVA NAS PRODUÇÕES BRASILEIRAS DE ENTRETENIMENTO ANDERSON DOS SANTOS MACHADO - PUCRS
Apresentação/Introdução O ambiente hospitalar é cenário recorrente para o drama em séries norte-americanas de sucesso. Produções brasileiras tentaram reproduzir essa narrativa, espelhando o padrão tecnológico almejado pela rede privada. O setor público era tratado apenas no campo jornalístico e pelo humor. No entanto, produções nacionais passaram a retratar o cotidiano do Sistema Único de Saúde (SUS) no entretenimento.
Objetivos Queremos debater a mudança no imaginário de saúde a partir do agendamento do SUS nas séries televisivas brasileiras, pautando a saúde pública como temática possível para tratar dos dramas de profissionais e usuários, para além da crítica ao sistema.
Metodologia Pretendemos debater como o tema da saúde pública vem ganhando visibilidade a partir da categoria de agendamento de Maxwell McCombs, que discute a formação da opinião pública. Com isso, pretendemos observar a mudança no imaginário social (Maffesoli, 2001; Silva 2017) a respeito dos paradigmas de saúde, entre a demanda tecnológica das biociências a entrada de questionamentos sobre o gerenciamento do sistema e sobre as necessidades sociais dos usuários (Luz et al., 2012). A noção de enquadramento evidencia a seleção de abordagens específicas que dão maior destaque no texto comunicativo, utilizando-se de símbolos e imagens enfatizadas na narrativa (Entman, 1993).
Resultados Três séries abordaram o Sistema Único de Saúde, tanto em programa jornalístico (SOS SUS - GloboFutura), quanto na ficção (Sob Pressão - Globo; Unidade Básica – Universal Channel), indicando uma dinamização do agendamento para a realidade brasileira, trazendo uma perspectiva mais humanizada do cuidado, levantando outras percepções não evidenciadas no conteúdo estrangeiro. Mais que dar voz aos problemas e soluções para os problemas do SUS, aparece uma outra relação entre os profissionais de saúde e os usuários, que saem das salas de cirurgia e emergências para ocupar outros espaços como as UBS e o território onde as pessoas vivem.
Conclusões/Considerações As narrativas permitem introduzir o debate sobre as responsabilidades quanto à otimização do sistema de saúde no cenário do entretenimento, explorando outras perspectivas atenção para além do biomédico. Questionamos que, ainda assim, não há um aprofundamento sobre a qualidade dos serviços, priorizando processos hegemônicos, tanto no cuidado em saúde quanto nos processos de comunicação dos atores sociais envolvidos.
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