28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC6b - Comunicação, sociedade e sentidos (experiências e pesquisas) |
22057 - DAS NOÇÕES DE POLÍTICA EM HANNAH ARENDT AO (NÃO) DIREITO A FALAR E SER OUVIDO EM SAÚDE THAÍS JERONIMO VIDAL - IMS - UERJ, ALINE DO NASCIMENTO PEREIRA - IMS - UERJ, FELIPE DUTRA ASENSI - IMS - UERJ, ROSENI PINHEIRO - IMS - UERJ
Apresentação/Introdução Hannah Arendt discute como o surgimento de sistemas totalitários minaram o sentido positivo da coisa política. Apesar do declínio desses sistemas, as noções de Política trazidas por ela permanecem atuais. Dessa atualidade, surgiu a ideia de estabelecer uma discussão que parte daí, resgata a noção de espaço público e desemboca nas lacunas da efetivação do direito a falar e ser ouvido em saúde.
Objetivos Pensar a perda do sentido positivo da política, refletindo sobre como a noção de liberdade se esvai na prática e estabelecer, a partir daí, conexões com a forma como a comunicação em saúde está hoje estruturada.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo que teve como ponto de partida a obra “O que é Política?”, de Hannah Arendt, e as críticas feitas aos mecanismos atuais de comunicação em saúde presentes no livro “Construção Social da Demanda por Cuidado: revisitando o direito à saúde, o trabalho em equipe, os espaços públicos e a participação”. O ensaio foi construído com duas sessões teóricas principais: “As noções de Política em Hannah Arendt” e “Comunicação em Saúde: o que isso tem a ver com as noções arendtianas?”. Na primeira, visitou-se conceitos arendtianos importantes e na segunda estabeleceu-se as relações entre estes e comunicação em saúde.
Resultados Esse trabalho apontou para a necessidade de novas formas de escuta aos usuários dos serviços de saúde. Para Hannah Arendt, o indivíduo possui potencial atuante e, a partir da relação com o outro, se torna capaz de agir politicamente e alterar determinada realidade. Hannah reconhece o espaço público como o espaço do diálogo e, portanto, o espaço no qual é possível o exercício da liberdade e política. A partir desses elementos, foi possível identificar as lacunas existentes na comunicação em saúde e os desafios a serem suplantados na luta por políticas públicas que sejam elaboradas democraticamente e que possibilitem o exercício dos direitos à saúde e à comunicação como direitos de cidadania.
Conclusões/Considerações A importância da comunicação não é novidade, mas o modo como esta é reconhecida vive mudanças que podem suplantar a forma hegemônica de se pensar a relação comunicação e saúde. Assim como a Política não é em Hannah exercida por dominadores sobre dominados, a comunicação em saúde também não deveria estar sob monopólio dos mais poderosos. Para além de se reconhecer que os usuários precisam ter vozes, é fundamental que se descubra como ouvi-las.
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