29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC31j - Vigilâncias do campo da saúde e atenção primária |
25064 - ASSOCIAÇÃO ENTRE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM MULHERES ATENDIDAS PELA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA FELIPE SILVA NEVES - UFJF, ANGÉLICA ATALA LOMBELO CAMPOS - UFJF, LARYSSA GUARNIERI DA SILVA - UFJF, KRISTIANE DE CASTRO DIAS DUQUE - UFJF, MÁRIO CÍRIO NOGUEIRA - UFJF, GULNAR AZEVEDO E SILVA - UERJ, MARIA TERESA BUSTAMANTE TEIXEIRA - UFJF
Apresentação/Introdução No Brasil, estima-se que 21,4% da população adulta brasileira tenha diagnóstico de hipertensão arterial (HA), sendo essa prevalência maior em mulheres (24,2%) do que em homens (18,3%). Recentemente, estudos demonstraram relações significativas entre indicadores antropométricos de adiposidade e níveis de pressão arterial, entretanto, os resultados ainda são conflitantes.
Objetivos Comparar a associação entre indicadores antropométricos [perímetro da cintura (PC), índice de massa corporal (IMC), razão cintura/estatura (RCE) e índice de conicidade (ICC)] e HA em mulheres atendidas pela Estratégia de Saúde da Família.
Metodologia Estudo transversal, com mulheres entre 20–59 anos, que residiam na área de abrangência de duas Unidades de Atenção Primária à Saúde de Juiz de Fora/MG. Foram elegíveis 1570 participantes, excetuando-se virgens, histerectomizadas, menopausadas e gestantes. PC, IMC, RCE e ICC foram determinados conforme um protocolo padrão. A HA foi definida por meio de pressão arterial ≥ 140/90 mmHg e/ou autorrelato. Construíram-se curvas ROC, sendo obtidos os valores de área sob a curva (AUC), sensibilidade e especificidade. Visando detectar a magnitude das associações entre os indicadores e a HA, utilizou-se a regressão logística. As análises foram realizadas no SPSS, com nível de significância de 5%.
Resultados As mulheres hipertensas eram mais velhas (32,7 ± 8,5 versus 39,7 ± 8,8 anos; p < 0,001) e apresentaram maiores valores de PC, IMC, RCE e ICC (p < 0,001). As AUCs do PC [0,69 (0,67–0,72)], do IMC [0,71 (0,69–0,73)] e da RCE [0,70 (0,68–0,73)] não diferiram entre si, mas foram significativamente maiores que a do ICC [0,62 (0,59–0,64)]. O IMC manifestou a maior sensibilidade (79,2%) e a menor especificidade (53,7%), enquanto o ICC manifestou a menor sensibilidade (45,9%) e a maior especificidade (72,8%). A regressão logística evidenciou que o IMC [OR = 3,84 (2,49–5,93)] foi melhor associado à HA do que o PC [OR = 3,06 (2,07–4,53)], a RCE [OR = 2,45 (1,38–4,39)] e o ICC [OR = 1,91 (1,27–2,87)].
Conclusões/Considerações Todos os indicadores associaram-se à HA, sendo que o IMC foi tido como melhor, por exibir maior valor de sensibilidade e capacidade preditiva superior, seguido pelo PC e pela RCE. O ICC foi o indicador menos eficaz devido ao baixo poder discriminatório e à capacidade preditiva inferior. Ressalta-se que para uma melhor confiabilidade clínica em estudos populacionais é aconselhável o uso de mais de um desses indicadores.
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