28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC31g - Vigilância epidemiologica de surtos e agravos |
28969 - EFETIVIDADE DA NOTIFICAÇÃO DE CASOS DE HEPATITE C CRÔNICA EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM HEPATOLOGIA SAMARA ERCOLIN DE SOUZA - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, GISÉLIA SANTOS TOLENTINO - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, MARIA LÚCIA CARDOSO GOMES FERRAZ - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, ROBERTO JOSÉ DE CARVALHO-FILHO - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Apresentação/Introdução No Brasil, o manejo da hepatite C crônica é um grande desafio para a Saúde Pública. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) subsidiam intervenções, monitoramento e avaliação de processos. Dentre as estratégias de vigilância epidemiológica, destaca-se a notificação compulsória das hepatites. Nesse cenário, informações epidemiológicas atualizadas são fundamentais.
Objetivos Avaliar a efetividade de notificação adequada de casos de hepatite C crônica em indivíduos atendidos em um único centro de Atenção Terciária à saúde.
Metodologia Estudo transversal, baseado em banco de dados de centro de referência em Hepatologia, em São Paulo/SP. Foram incluídos pacientes com hepatite C crônica com indicação de terapia com antivirais de ação direta (AADs). A data de notificação (DN) foi obtida por consulta ao Sinan. Desfechos primários: a) tempo até notificação (TAN), definido pelo intervalo entre a data da primeira consulta ambulatorial e a DN; b) notificação primária (NP), definida pela proporção de notificações feitas em até 6 meses da primeira consulta; e c) notificação motivada por tratamento (NMT), definida pela proporção de notificações feitas no intervalo entre 6 meses antes e qualquer momento após a indicação de tratamento.
Resultados Entre fev/15 e set/17, foram avaliados 350 portadores de hepatite C crônica e indicação de AADs, com idade 57+-11 anos, gênero masc. em 48% e negros/pardos em 51%. Houve predomínio do genótipo 1 (83%) e 42% dos casos tinham fibrose avançada. Terapia antiviral anterior foi feita em 64% da amostra (n 224) e 21,7% (n 76) foram notificados por outro serviço. Assim, foram consideradas 274 notificações para avaliação da efetividade da notificação no serviço. O TAN destes pacientes incluídos foi de 79+-69 meses, com mediana de 56 meses. As taxas de NP e de NMT foram de 8% e de 74%, respectivamente.
Conclusões/Considerações Os resultados apontam, com base na legislação, fragilidade no processo de notificação. A exigência da notificação para acesso aos AADs mobilizou a notificação compulsória, descaracterizando a finalidade da vigilância epidemiológica, evidenciando a subnotificação em nosso meio. Consciente de que a subnotificação impacta negativamente no planejamento das políticas públicas, é imperativa a adoção de fluxo efetivo de notificação no serviço.
|