27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC31c - Vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis |
21837 - PERFIL DOS CASOS SUSPEITOS DE SÍFILIS CONGÊNITA DE UMA MATERNIDADE PÚBLICA BAIANA ANA GABRIELA LIMA BISPO DE VICTA - UFBA, LORENA PASTOR RAMOS - UFBA, ÂNGELA RIBEIRO DOS SANTOS - UFBA
Período de Realização Janeiro a Dezembro de 2017.
Objeto da Experiência A sífilis congênita tem taxas crescentes na Bahia. Notificou-se 137 casos suspeitos em 2017 pela Vigilância Epidemiológica da MCO.
Objetivos Descrever o perfil das notificações de casos suspeitos de sífilis congênita em neonatos nascidos na Maternidade Climério de Oliveira (MCO), hospital escola da Universidade Federal da Bahia, em 2017.
Metodologia Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, de corte transversal, com caráter exploratório – descritivo. Foram selecionados para análise todos os registros de sífilis congênita disponíveis no TABNET Salvador, que foram notificados pela Vigilância Epidemiológica da MCO em 2017. Portanto, tomou-se como referência o município de ocorrência de Salvador-Bahia. Este trabalho possui a anuência da Gerência de Ensino e Pesquisa e prescindiu de autorização do comitê de ética institucional.
Resultados As 137 notificações de sífilis congênita apresentam as seguintes características: 85,4% dos neonatos e 90,5% genitoras (autodeclaradas) da raça/cor negra, pretos e pardos; a maioria das mães tinham entre 20 e 34 anos (67,1%); eram donas de casa (35%); com ensino fundamental incompleto (35,7%); 88,3 delas fizeram pré-natal e 72,3% foram diagnosticadas com sífilis materna neste período, porém 56,2% teve tratamento inadequado e 71,5% o parceiro não tratado. Confirmou-se 73% dos casos suspeitos.
Análise Crítica É expressivo o número de casos suspeitos de sífilis congênita atribuídos à população negra, sugerindo que este grupo pode estar em situação de vulnerabilidade para tratar a sífilis de forma efetiva. Além disso, o volume de parceiros não tratados de forma concomitante com as genitoras sugere que devem ser redobrados os esforços para atrair as parcerias sexuais para as consultas de pré-natal e fortalecer o Programa do Pré-Natal do Parceiro, que já está vigente no município de Salvador-Ba.
Conclusões e/ou Recomendações Este relato sugere que devem ser realizados trabalhos com profundidade estatística para verificar se há associação de maior incidência de sífilis na população negra. A sífilis materna inadequadamente tratada aumenta os gastos públicos e hospitalares, pois o neonato fica em média 10 dias internado, situação que é evitável. Além disso, reduz o giro de leitos obstétricos em virtude da longa permanência do binômio no hospital.
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