29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC31i - Tecnologias em saúde: estudos e análises |
26877 - ESTUDO DOS EVENTOS TOXICOLÓGICOS ATENDIDOS EM TRÊS UNIDADES DE EMERGÊNCIA DE DIFERENTES MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO LUCAS CORAÇA GERMANO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, HERLING GREGORIO AGUILAR ALONZO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Apresentação/Introdução No Brasil, as intoxicações atendidas em serviços de baixa e média complexidade tem sido pouco discutidas. Considerando ainda que características epidemiológicas estão associadas a aspectos demográficos, ambientais e econômicos de uma população, é provável que o perfil epidemiológico das intoxicações se modifique em localidades de diferentes perfis populacionais.
Objetivos Descrever o perfil dos eventos toxicológicos atendidos em unidades de emergência (UE) de baixa e média complexidade, em três municípios de diferentes perfis populacionais, verificando se características de exposição estão associadas ao município.
Metodologia Estudo descritivo de casos atendidos em UE de baixa e média complexidade de três municípios do Estado de São Paulo com A=89.564, B=44.036, e C=6.041 hab., respectivamente. Em 2016 foram coletados dados primários sociodemográficos e de exposição, de uma amostra de 39 casos em cada município (IC de 95%, erro de 5%, proporção de 1,9% casos sobre o total de atendimentos, conforme estudo anterior); dados secundários também foram coletados. O teste χ2 (Yates corrigido) foi utilizado para testar a independência entre o “município” em relação às demais variáveis, dada a hipótese nula de que “o perfil dos casos independe do município”. A hipótese nula foi rejeitada quando o p-valor foi menor que 0,01.
Resultados Ocorreram 230 casos (dados primários - 117 e secundários - 113), sendo 77 (33,5%) em A, 106 (46,1%) em B, e 47 (20,4%) em C. Predominou o sexo feminino (54,3%), medianas de 24 a 35 anos, pele branca (82,9%), casado/união estável (50,6%) e alfabetizado (95,2%) como escolaridade (p>0,01 para variáveis sociodemográficas). Predominou a exposição na residência (59,8%), por ingestão (47,8%), tendo como principais circunstâncias a ingestão alimentar (32%), uso terapêutico (24,7%) e tentativa de suicídio (10%), e agentes tóxicos os acidentes com animais peçonhentos (34,8%), medicamento (29,6%) e alimento (20,9%). As variáveis de exposição foram associadas ao município (p<0,01).
Conclusões/Considerações As características sociodemográficas se assemelharam aos dados censitários nacionais, embora poucos estudos discutem tais variáveis no contexto das intoxicações. O perfil das exposições, com destaque as circunstâncias e agentes tóxicos envolvidos, foram associados ao município, e diferem do perfil nacional. Isto sugere que atenção e vigilância da saúde devem considerar um perfil de intoxicações nacional, mas ponderando as particularidades locais.
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