28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO31h - Doenças Transmissíveis - informação e estudos |
23073 - ANÁLISE ESPACIAL DA DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE EM IMIGRANTES NO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2012 A 2016 JOÃO ROBERTO CAVALCANTE - UERJ, LETICIA ROCHA PEREIRA - UERJ, MAYARA LISBOA BASTOS - UERJ, EDUARDO FAERSTEIN - UERJ, ANETE TRAJMAN - UERJ
Apresentação/Introdução A tuberculose (TB) acumula cerca de nove milhões de casos/ano no mundo. O Brasil está entre os 30 países com maior carga da doença, sendo São Paulo (SP) o estado com maior prevalência. A TB afeta mais as populações vulneráveis, como os imigrantes, e a identificação das áreas onde está concentrada é importante para elaboração de medidas de prevenção, gerenciamento e vigilância.
Objetivos Analisar a distribuição espacial de TB entre os indivíduos identificados como imigrantes nos municípios do estado de São Paulo, no período de 2012 a 2016.
Metodologia Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e organizados utilizando o software de estatística Stata versão 14. Foram calculadas as taxas de incidência bruta, razão de risco e médias móveis temporais (2012-2014, 2013-2015, 2014-2016). As análises espaciais e a elaboração dos mapas temáticos foram realizadas com o software QGIS 2.8.2. Após a identificação dos municípios com as maiores taxas, foi realizada uma busca de mídia para identificar as potenciais causas destes números expressivos. A fonte de dados não inclui a nacionalidade, a situação migratória e o tempo decorrido desde a emigração de cada indivíduo do seu país de origem.
Resultados Identificamos 1666 casos novos de TB em imigrantes em 67 municípios do estado de SP, dos quais 65% em homens e 48,61% em pardos ou pretos. A taxa bruta de incidência em imigrantes no estado foi de 5,93/100 mil habitantes, com as maiores taxas em Iaras, Itaí, Bady Bassit e São Paulo, dentre os municípios analisados (65,91; 64,90; 24,83; 11,71/100 mil habitantes, respectivamente). Comparada com a média estadual, a razão de risco nesses municípios foi quatro vezes maior. Nestes locais há agregação de imigrantes trabalhando em situação análoga à escravidão e presença de população imigrante carcerária. As móveis temporais não mostraram diferenças no período de estudo.
Conclusões/Considerações Apesar da taxa de incidência bruta em imigrantes do estado de SP ter sido baixa, identificamos municípios com taxas elevadas, maiores do que a nacional (32,4/100 mil). Não foi possível, com este desenho e ferramentas, conhecer ou identificar a presença de hotspots dentro dos municípios, como ocorre em grandes cidades com alto fluxo de imigrantes.
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