28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO31h - Doenças Transmissíveis - informação e estudos |
21720 - RAIVA CANINA NO BRASIL: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS RECENTES CLARA SCARPATI ALVARENGA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE VITÓRIA - ES (PMV/SEMUS), CAROLINA MAIA MARTINS SALES - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES), POLIANE BARBOSA SAMPAIO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES)
Apresentação/Introdução A raiva é uma antropozoonose grave e praticamente letal, considerada um sério problema de saúde pública no mundo. A maioria dos óbitos humanos por raiva tem origem em agressões de cães infectados com o vírus. Como medida de controle e prevenção, sabe-se que a vacinação antirrábica de 60 a 70% dos cães controla surtos da doença na população canina e, assim, previne a ocorrência de casos em humanos.
Objetivos Descrever os casos de raiva canina no Brasil notificados entre 2014 e 2016, suas variantes, as coberturas vacinais e os indicadores de desenvolvimento humano dos municípios afetados, a fim de avaliar as características e a relação entre as variáveis.
Metodologia Estudo epidemiológico descritivo dos casos notificados de raiva canina no Brasil entre 2014 a 2016 e das Variantes Antigênicas relacionadas, obtidos de informativos disponíveis publicamente pelo Ministério da Saúde. Os dados referentes à cobertura vacinal canina dos municípios foram obtidos na página eletrônica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As médias dos Índices de Desenvolvimento Humano Municipais (IDHM), valor final e por componente, foram calculadas para cada região brasileira a partir das informações obtidas na página eletrônica do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Essa pesquisa foi realizada com dados secundários.
Resultados A Região Nordeste apresentou o maior número de municípios afetados (18), apesar da alta cobertura vacinal em cães (90,61%). A prevalência de cães infectados na Região Nordeste pode ser resultado de maior renovação populacional desses animais, sendo necessário estudos complementares a respeito da demografia canina. Já a região Sudeste apresentou índices de cobertura vacinal mais baixos (71,01%) e evidências de contribuição de morcegos no ciclo de transmissão da doença nos cães. Os baixos valores de IDHM da região menos desenvolvida do país sugerem que menor desenvolvimento humano propicia a existência de condições ambientais de risco à saúde para a população humana, no caso, cães infectados.
Conclusões/Considerações Verificou-se maior contribuição dos morcegos no ciclo de transmissão da doença em cães nas regiões com baixa cobertura vacinal. Por outro lado, a transmissão da raiva entre cães prevaleceu no Nordeste, onde há maior cobertura vacinal. O maior número de casos de raiva canina no Nordeste sugere que o menor desenvolvimento humano de uma população propicia existência de condições ambientais de maior risco à saúde para ocorrência da raiva em humanos.
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