26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO12d - Protozooses de Interesse para a Saúde Pública: Doença de Chagas e Leishmanioses |
21823 - MORTALIDADE POR DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL: ANÁLISE BAYESIANA DO EFEITO DA IDADE-PERÍODO E COORTE DE NASCIMENTO E PROJEÇÕES PARA DUAS DÉCADAS TAYNÃNA CÉSAR SIMÕES - IPQRR- FIOCRUZ DE MINAS GERAIS, FÁBIO ROCHA DA SILVA - CEFET-MG, FABÍOLA BOF DE ANDRADE - IPQRR-FIOCRUZ DE MINAS GERAIS, LAIANE FÉLIX BORGES - UFRN, AUZENDA CONCEIÇÃO PARREIRA DE ASSIS - UFRN, MARIA VITÓRIAS SILVA - UFRN, JULIANO DOS SANTOS - INCA, KARINA CARDOSO MEIRA - UFRN
Apresentação/Introdução A doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária crônica causada pelo Trypanosoma cruzi, sendo uma zoonose complexa que inclui numerosos vertebrados como reservatórios e insetos triatomíneos como vetores. É uma doença negligenciada de grande interesse para a saúde pública por ser evitável, e ter complicações graves
Objetivos Analisar o efeito da idade-período e coorte de nascimento (APC) na evolução da mortalidade por DC no Brasil, segundo sexo e grandes regiões geográficas, no período de 1980 a 2014, assim como, prever as taxas de mortalidade nas próximas duas décadas.
Metodologia Os registros de óbito e dados populacionais foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Corrigiram-se os óbitos por DC, por meio da redistribuição proporcional por causa mal definida, idade e sexo ignorados. Posteriormente, calcularam-se taxas brutas e padronizadas pelo método direto, tendo como padrão a população brasileira do Censo de 2010. Modelos APC foram estimados sob o enfoque bayesiano, considerando termos aleatórios não estruturados. O método determinístico INLA (Integrated Nested Laplace Approximations) foi utilizado na inferência dos parâmetros, através do software R.
Resultados Observou-se tendência crescente do óbito por DC com o aumento da idade. As taxas de mortalidade foram maiores nas regiões Centro Oeste e Sudeste. As regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste apresentaram redução temporal do risco de óbito por DC no período de 2000 a 2014, a região Nordeste teve efeito nulo e estável em todo o período observado, enquanto a região Norte apresentou tendência crescente no risco, porém significativo apenas entre 1995 e 1999. O risco de morte apresentou redução progressiva em todas as regiões nas coortes mais jovens, a partir da década de 1940.A previsão geral para as próximas duas décadas foi de queda progressiva da mortalidade por DC.
Conclusões/Considerações Acredita-se que os achados deste estudo, com relação aos efeitos de idade e coorte na mortalidade por DC, sejam resultado do efeito de período resultante de ações de controle vetorial, de medidas preventivas e assistenciais do sistema de saúde do país, além de mudanças demográficas no período, porém as diferenças entre as regiões refletem as iniquidades socioeconômicas da população brasileira.
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