26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO12c - Hanseníase; Epidemiologia e Avaliação de Incapacidades |
23578 - INFLUÊNCIA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO RESULTADO DE TESTES SOROLÓGICOS ESPECÍFICOS PARA MYCOBACTERIUM LEPRAE DE CONTATOS DOMICILIARES EM REGIÃO ENDÊMICA ANA PAULA MENDES CARVALHO - SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ANGÉLICA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA COELHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, RODRIGO CORREA-OLIVEIRA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ-FIOCRUZ, ISABELA DE CAUX BUENO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, FRANCISCO CARLOS FÉLIX LANA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Apresentação/Introdução A produção e divulgação de informações sobre casos de hanseníase e contatos domiciliares pode embasar o planejamento de novas ações e recomendações para o controle da hanseníase. O desenvolvimento de ferramentas para detecção precoce da infecção, previsão da progressão da doença em indivíduos expostos e identificação da hanseníase na fase subclínica tem sido considerado prioridade de pesquisa.
Objetivos O objetivo do estudo foi analisar a influência de indicadores epidemiológicos da hanseníase na resposta a três testes sorológicos específicos para o Mycobacterium leprae entre contatos domiciliares de casos de hanseníase em região endêmica.
Metodologia A população de estudo foi de contatos domiciliares de casos de hanseníase diagnosticados entre 2010 e 2015. A coleta de dados foi feita por visitas domiciliares com aplicação de questionário, coleta de amostras biológicas e avaliação dermatológica. Foi utilizado ensaio de imunoabsorção enzimática (Enzyme Linked Immunosorbent Assay - ELISA) para analisar a reatividade de anticorpos contra três antígenos (NDOHSA, LID-1 e NDOLID) e os títulos de anticorpos foram expressos como índice ELISA. Os indicadores epidemiológicos foram calculados por município de residência, considerando as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e populacionais para o período de 2010 a 2015.
Resultados Observou-se maiores valores de média e percentil 75 para taxa média de detecção nos municípios de residência de contatos com soropositividade anti NDOHSA e menor valor de média para proporção de casos multibacilares nos municípios de residência de contatos com soropositividade anti LID-1. Estas diferenças foram significativas. Os demais indicadores (taxa média de detecção de casos novos de hanseníase na população de 0 a 14 anos, taxa média de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no diagnóstico, proporção de casos com grau 2 entre casos com grau de incapacidade avaliado) não apresentaram diferenças significativas para os três antígenos avaliados.
Conclusões/Considerações As associações não ocorreram de acordo com o esperado, uma vez que apenas dois indicadores apresentaram associação significativa com a soropositividade e que para um deles a relação foi inversa. Os indicadores epidemiológicos utilizados são influenciados por características operacionais dos serviços de saúde e podem não ter refletido adequadamente a endemia e a exposição ao bacilo na região, o que constituiu uma limitação para esta avaliação.
|