28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO12j - Síndrome do Zika Congênita: Características Clínicas e Impacto do Diagnóstico na Família |
27539 - COMUNICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE MICROCEFALIA NO CONTEXTO DA EPIDEMIA DO VÍRUS ZIKA: EXPERIÊNCIA DOS PAIS POLIANA SOARES DE OLIVEIRA - UFMA, ZENI CARVALHO LAMY - UFMA, LUCIANA BATALHA SENA - UFMA, THAÍS FURTADO FERREIRA - UFMA, YANCA LACERDA ALBUQUERQUE - UFMA, POLLIANA CAROLINA DA SILVA SOUZA - UFMA, MILENA RIBEIRO MENDES DE ASSIS - UFMA, MARIA EDUARDA KOSER - UFMA, ANA PATRÍCIA BARROS CAMARA - UFMA
Apresentação/Introdução Os pais de crianças que nasceram com microcefalia enfrentam a crise da perda de um filho perfeito e a tarefa de se ajustar às suas necessidades. Esse processo tem início no momento da comunicação do diagnóstico. A forma como a notícia é emitida pode influenciar de forma negativa todo o processo de aceitação, enfrentamento e cuidado para com a criança.
Objetivos Conhecer as experiências de pais de crianças com microcefalia no contexto da epidemia do Vírus Zika relacionadas à comunicação do diagnóstico.
Metodologia Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, realizada no Centro de Referência Estadual em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (NINAR), em São Luís, no período de março de 2016 a fevereiro de 2018. Participaram do estudo pais e mães de crianças com diagnóstico de microcefalia associada à infecção materna pelo vírus Zika. Foram utilizadas para a coleta de dados entrevistas estruturadas e semi-estruturadas (gravadas e transcritas) com 16 mães, e 3 casais, totalizando 19 entrevistas. Foi utilizado o critério de saturação para a definição da amostra. Realizada análise de conteúdo na modalidade temática.
Resultados A notícia de que os filhos foram acometidos pelo Vírus Zika foi inesperada para 13 entrevistados. Outros 6 haviam ouvido notícias sobre a epidemia na mídia. 18 entrevistados consideraram a comunicação inadequada e traumática, algumas vezes, atrelada ao sentido de “fim da vida” e dissociada de orientações sobre as formas de enfrentar a situação e cuidar do filho. A notícia foi dada pelo médico em 15 casos e por enfermeiros em 2. Um casal descobriu a microcefalia pela DNV e outro percebeu o problema do filho com as informações da mídia. Em 12 casos a notícia foi tardia, prejudicando o ínicio da reabilitação. Tristeza, desespero, culpa, medo e revolta foram descritos no momento da notícia.
Conclusões/Considerações As circunstâncias em que ocorreu a comunicação do diagnóstico da microcefalia aos pais influenciou na forma como estes experimentaram e vivenciaram a notícia e nos mecanismos de enfrentamento diante da situação. O processo de comunicação de notícia difícil não pode se em informar o problema. É importante que os profissionais estejam qualificados para fazer esta comunicação de forma que amenize o desemparo e sofrimento, ofertando suporte.
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