26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO12a - Diagnóstico e Prevenção do HIV : Conhecimentos e Práticas |
27183 - RETENÇÃO E PERSISTÊNCIA A PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS, TRAVESTIS E MULHERES TRANS: RESULTADOS DE DOIS ANOS DO ESTUDO PREP BRASIL VALDILÉA GONÇALVES VELOSO - INI/FIOCRUZ, THIAGO SILVA TORRES - INI/FIOCRUZ, RONALDO ISMERIO MOREIRA - INI/FIOCRUZ, ESPER GEORGES KALLAS - USP, JOSÉ VALDEZ MADRUGA - CRT-SP, NILO MARTINEZ FERNANDES - INI/FIOCRUZ, PAULA MENDES LUZ - INI/FIOCRUZ, BRENDA HOAGLAND - INI/FIOCRUZ, BEATRIZ GRINSZTEJN - INI/FIOCRUZ, ESTUDO PREP BRASIL - ESTUDO PREP BRASIL
Apresentação/Introdução A associação de emtricitabina e tenofovir para profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV foi recentemente incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). PrEP Brasil é um estudo demonstrativo de PrEP para homens que fazem sexo com homens (HSH) e travestis/ mulheres trans (TGW) sob risco de infecção pelo HIV. A persistência em PrEP tem implicações programáticas e pode ter impacto no controle da epidemia.
Objetivos Tem-se por objetivo reportar os resultados de retenção e persistência a PrEP entre HSH e TGW ao fim do segundo ano do estudo PrEP Brasil.
Metodologia PrEP Brasil é um estudo aberto e multicêntrico (FIOCRUZ, USP e CRT-SP). Os participantes elegíveis eram HSH e TGW HIV-negativos, ≥18 anos, residentes do Rio ou São Paulo (SP), e que reportavam ao menos um dos critérios de risco sexual nos últimos 12 meses (sexo anal sem preservativo com ≥2 parceiros, ≥2 episódios de sexo anal com parceiro HIV-positivo ou histórico de infecção sexualmente transmissível). Retenção a PrEP foi definida como atender a visita de semana 96 (2 anos) e persistência a PrEP foi definida como estar em uso de PrEP na semana 96. Teste qui-quadrado foi empregado para verificar as diferenças entre as variáveis demográficas em relação à retenção e persistência a PrEP.
Resultados Dos 450 participantes que iniciaram a PrEP entre 2014 e 2016, 281(62%) foram retidos e 277(61%) se mantiveram utilizando PrEP por 2 anos. Dentre os persistentes após 2 anos, 62(22%) iniciaram a PrEP entre 18-24 anos de idade, 15(6%) eram TGW, 158(58%) brancos, 169(61%) de SP, 211(78%) com ≥12 anos de escolaridade. Os motivos de não persistência foram perda de seguimento (84; 49%), decisão de interrupção da PrEP (85; 49%) e soroconversão (4; 2%). Houve uma maior retenção entre os que tinham ≥12 anos de escolaridade (218; 65%) vs. <12 anos (63; 55%) (p=0.049). Não foram observadas outras diferenças entre as variáveis analisadas em relação à retenção e persistência a PrEP.
Conclusões/Considerações A retenção e persistência em PrEP e o número de soroconversões corroboram a importância e viabilidade desta política pública. É necessário ampliar o entendimento sobre os determinantes da decisão de se manter em uso de PrEP, especialmente entre os HSH e TGW com menor escolaridade.
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