28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12g - HIV/AIDS |
28967 - PERFIL DA INFECÇÃO POR HIV EM HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS (HSH) EM UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO (CTA) DO SUL DO BRASIL FERNANDA TORRES DE CARVALHO - SES/RS, NALU SILVANA BOTH - SES/RS, KATIA BONES ROCHA - PUCRS, JOSE MANUEL MARTÍNEZ GARCÍA - UAM/MADRID, MARÍA JESÚS MARTÍN - UAM/MADRID
Apresentação/Introdução Segue alarmante a epidemia de Aids no RS e Porto Alegre, que lidera indicadores epidemiológicos nacionais. Dentre os mais afetados estão HSH (prevalência estimada 10,5% a 19,8%). Entre 15-24 anos, a transmissão homossexual chegou a 48,3%. Diante dessa vulnerabilidade, são fundamentais estudos específicos, que ressaltem prioridade de ações de saúde sem reforçar estigma e discriminação.
Objetivos Diante deste cenário, o presente estudo busca estimar a prevalência de HIV e os fatores associados à infecção em homens que fazem sexo com homens (HSH) atendidos em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em Porto Alegre.
Metodologia Trata-se de estudo transversal, em que participaram do estudo todos os usuários HSH testados no CTA do Ambulatório de Dermatologia Sanitária, em Porto Alegre, no período de outubro de 2011 a setembro de 2013 (total 494). Foram comparadas características sociodemográficas, motivo de testagem, uso de substâncias e saúde sexual entre os que tiveram resultados positivos e negativos para HIV, mediante cálculo de qui-quadrado de Pearson e análise de resíduos padronizados ajustados.
Resultados A prevalência de HIV foi de 25,3%. Mais da metade referiu 4 ou + parceiros no último ano, 71% referiu uso inconsistente de preservativos com parceiros fixos e 54% com parceiros eventuais. Ainda, 35% referiram alguma IST no último ano, 22% relataram uso de drogas ilícitas e 23% tiveram parceiro fixo soropositivo. Proporção maior de reagentes entre pessoas com idades entre 25-39 anos (50,4% versus 36,1%), que buscaram o teste sem referirem risco (33,1% versus 13,9%), que vieram encaminhados por profissionais de saúde (24,8% versus 12,7%) e que referiram IST nos últimos 12 meses (44% versus 32,1%). Usuários não reagentes autodeclararam-se com maior frequência brancos (74,9% versus 61,3%).
Conclusões/Considerações Salienta-se a vulnerabilidade de HSH no RS, reforçando-se a política do Ministério da Saúde, que define como população-chave. Sugere-se a criação de programas de prevenção específicos para essa população. Certamente os CTAs cumprem um papel estratégico, podendo-se pensar na ampliação de suas ações, incluindo ao seu escopo ações de prevenção e intervenção com desenhos diferentes para segmentos populacionais diferentes.
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