27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12c - Hanseniase |
28060 - ASPECTOS PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS COM A HANSENÍASE: PARTICIPAÇÃO SOCIAL, AUTOESTIMA E DEPRESSÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL DE CORTE TRANSVERSAL LILIAN PINHEIRO RODRIGUES DO NASCIMENTO - IOC, ANNA MARIA SALES - IOC, ERIKA MARIA KOPP XAVIER DA SILVEIRA - UFRRJ, FABIANE FROTA DA ROCHA MORGADO - UFRRJ, XIMENA ILLARRAMENDI - CDTS
Apresentação/Introdução A hanseníase, doença infectocontagiosa crônica, curável, produz neuropatia periférica podendo afetar olhos, mãos e pés. Pode provocar, mesmo nos pacientes considerados curados, limitação da capacidade para o trabalho, restrição da participação social, estigma e preconceito. São escassos os estudos que avaliam o efeito da doença, por vezes incapacitante, na vida dos indivíduos acometidos.
Objetivos Avaliar aspectos psicossociais de pessoas atingidas pela hanseníase acompanhadas no Ambulatório Souza Araújo (ASA), Fiocruz.
Metodologia Foram entrevistados adultos com mais de dois meses de poliquimioterapia (PQT), ou em acompanhamento pós alta da PQT no período de 2016-2017. Os instrumentos utilizados foram: escala de participação (EP), escala de autoestima de Rosemberg (EAR) e Inventário de depressão de Beck (BDI). Os escores totais de cada escala foram categorizados: EP: Sem restrição significativa <13, Restrição leve a moderada =13-33, Restrição severa a extrema >34; BDI: Mínimo =0-11, Leve 12-19, Moderado= 20-35 e Grave =36-63; EAR: Satisfatória >30 e insatisfatória =0-30 pontos. Utilizados a correlação de Spearman, o teste de Mann-Whitney e o teste de 2 para avaliar correlação e associação entre variáveis.
Resultados Recrutadas 183 pessoas, 6 não aceitaram o convite, 12 excluídos, resultando em um total de 165 indivíduos analisados (69% homens, 42,4% pardos, com idade média de 48,7±15,3, 19% com menos de 5 anos de estudo e 83% multibacilares). Apenas dois casos tiveram escore <20 na EAR, e embora não significativa, somente homens tiveram restrição grave na participação. Após exclusão dos casos com <5 anos de estudo, observou-se correlação inversa moderada (=-0,695, p<0,01) entre as escalas BDI e EAR, mas não houve correlação com a EP, nem com idade ou anos de estudo. Não foi observada associação das escalas com gênero, ocupação, grau de incapacidade física, presença de feridas ou intercorrências.
Conclusões/Considerações Estudos demonstram que depressão e baixa autoestima são comuns entre os pacientes atingidos por hanseníase e que podem atuar negativamente na sua participação social. A falta de associação entre estes constructos e fatores sociodemográficos ou clínicos que poderiam impactar nos aspectos psicossociais avaliados, pode ser devida ao cuidado próximo dos pacientes pela equipe multidisciplinar do ASA, que colaborou com a resiliência dos pacientes.
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