28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12f - Educação, assistência e cuidado em doenças transmissíveis |
22692 - O CUIDADO A PESSOAS EM SITUAÇAO DE RUA PORTADORAS DO HIV: RELATO DA EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇAO DO CONSULTÓRIO NA RUA LAPA E SAE LAPA EM SÃO PAULO. CAROLINA CHACCUR ABOU JAMRA - EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA LAPA BOM PAR, ANGELA CARVALHO FREITAS - DEPARTAMENTO DE MOLESTIAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS, HOSPITAL DAS CLÍNICAS, FACULDADE DE MEDICINA FMUSP, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BRAZIL., ANA PAULA CRUZ ALMEIDA - INTERLOCUÇÃO BOM PAR, CARLOS EDUARDO PANARELLI - EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA LAPA BOM PAR, CHARLES ABRANTES COURA - EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA LAPA BOM PAR, JOSI FREITAS DE MELO - SAE DST/AIDS PAULO CESAR BONFIM. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO., MARTA REGINA MARQUES AKYIAMA - COORDENAÇÃO BOM PAR, SANDRA CHRISTINA DE ALMEIDA VIEIRA - SAE DST/AIDS PAULO CESAR BONFIM. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, WILSON DE CASTRO FRANCO - EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA LAPA BOM PAR
Período de Realização Início em julho de 2016 com a discussão de um caso complexo entre as equipes até a data atual.
Objeto da Experiência Qualificação do cuidado a pessoas em situação de rua diagnosticadas como portadoras do HIV no subdistrito da Lapa em São Paulo.
Objetivos Aumentar o acesso, a adesão e o sucesso no tratamento do HIV na população em situação de rua.
Criar estratégias de cuidado que considerem o contexto social.
Reduzir a carga viral circulante e a transmissibilidade.
Ampliar a resolutividade da equipe de consultório na rua (eCR).
Metodologia Todo caso identificado de HIV leva à rápida comunicação entre as equipes. O SAE levanta historia de tratamento, abre prontuário, solicita exames e matricia prescrição. A eCR coleta carga viral, CD4 e demais exames na rua, inicia o tratamento diretamente observado (TDO) e monitora o mesmo.
São critérios para sustentabilidade do TDO: o vínculo do paciente com a eCR, sua constância no território e aceitação do uso da medicação.
Mensalmente a eCR e SAE realizam reunião para monitoramento dos casos.
Resultados A eCR Lapa possuía, em dezembro de 2017, 751 pacientes cadastrados e 22 com diagnostico de HIV (2,9%) da população. Analisados por microáreas, observa-se concentração dos mesmos em cena de uso de crack com incidência de 7,1% de HIV. No início do projeto não haviam pacientes desta microárea em tratamento regular. Em dezembro de 2017 45% dos pacientes da cena de uso estavam em tratamento sendo que 80% com indicação de uso de medicação. Destes, 50% com CV zero e 50% aguardando tempo para recoleta.
Análise Crítica A não adesão ao tratamento dos pacientes em cena de uso foi revertida com a inexigibilidade da presença do mesmo no SAE e descentralização das ações. A coleta de exames na rua e o TDO facilitou o acesso e a adesão ao tratamento. A redução da carga viral para indetectável pode ter impacto na diminuição da transmissibilidade neste contexto social.
As reuniões de matriciamento do SAE com a eCR e os mecanismos de comunicação tipo WhatsApp foram estratégicos para sustentação do projeto.
Conclusões e/ou Recomendações A incidência de HIV entre a população em situação de rua é superior à população em geral e ainda maior quando analisamos as cenas de uso de crack. Ações de cuidado descentralizadas e direcionadas a esta população mostram-se efetivas na ampliação do acesso e adesão ao tratamento. Uma maior autonomia das eCR, qualificação profissional e apoio técnico das equipes especializadas são estratégico para enfrentar a problematica do HIV nesta população.
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