27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12b - Tuberculose |
26000 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE TUBERCULOSE EM DUQUE DE CAXIAS - RJ (2006 A 2016) MARCELA CAROLINE BEZERRA GAMA NILO - FAP, RONIR RAGGIO LUIZ - UFRJ, MÁRCIA GOMIDE DA SILVA MELLO - UFRJ
Apresentação/Introdução A tuberculose é um grave problema de saúde pública no mundo apesar de ser uma doença predominantemente curável quando o diagnóstico é tempestivo e o tratamento é adequado. Diante de um cenário mundial de ações, faz-se necessária a compreensão das peculiaridades da população acometida por essa doença para que seja possível alcançar os objetivos propostos através de estratégias de intervenção.
Objetivos Descrever o perfil epidemiológico de portadores de tuberculose diagnosticados no período de 2006 a 2016, em uma região sem cobertura da Estratégia Saúde da Família na grande Vila Rosário, bem como associar o retratamento ao fracasso do tratamento.
Metodologia Estudo de coorte retrospectiva, do tipo descritivo e analítico de dados secundários de uma Organização Não Governamental, Instituto Vila Rosário. Variáveis sociodemográficas, comportamentais e clinicas foram utilizadas para descrição do perfil epidemiológico e análise estatística com teste qui-quadrado e regressão logística binária para explorar associação entre retratamento e fracasso do tratamento. Registros com desfecho do tratamento desconhecido foram excluídos. Os desfechos foram categorizados em sucesso (cura/ tratamento concluído) e fracasso (óbito/ abandono). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro CAAE: 70105517.7.0000.5286.
Resultados Foram notificados 225 casos novos de tuberculose e 47 retratamentos. A taxa média anual de incidência foi de 131/100 mil habitantes. Dos 272 indivíduos, 92 foram encaminhados às unidades de saúde pela ONG sugerindo a prevenção de 920 a 1380 novos casos. Houve predomínio do sexo masculino (63%) e tuberculose pulmonar (90%). Casos novos concentraram-se na faixa de 20 a 39 anos (41,4%) com ensino fundamental (37,4%), enquanto retratamentos, de 40 a 59 anos (43,2%) e educação infantil (39,1%). Entre retratamentos, estima-se 6,3 vezes mais chance de fracassos entre o sexo masculino (p<0,001) e não há evidências entre o sexo feminino com relação ao fracasso do tratamento (OR:1,17; p=0,807).
Conclusões/Considerações O reconhecimento do perfil dos portadores de tuberculose é primordial para definir estratégias de atuação. O estreitamento de vínculos entre a ONG e as unidades de saúde faz-se necessário para o cuidado centrado no paciente. Integrar em uma rede de atenção diferentes expertises sobre como lidar com populações de risco, particularmente retratamentos, é crucial para o êxito do tratamento e a diminuição da incidência da doença na região de estudo.
|