28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12e - Abordagens espaciais e temporais em doenças transmissíveis |
21542 - DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS NO BRASIL: IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS E RELAÇÃO COM DETERMINANTES SOCIOECONÔMICOS ENTRE 2010 E 2014 HELEN PAREDES DE SOUZA - INCA, WANESSA TENÓRIO GONÇALVES HOLANDA DE OLIVEIRA - MS, JOÃO PAULO TOLEDO - MS, ISIS POLIANNA SILVA FERREIRA - MS, SUELY NILSA GUEDES DE SOUSA ESASHIKA - MS, AMANDA DE SOUSA DELÁCIO - MS, TATIANE FERNANDES PORTAL DE LIMA - MS
Apresentação/Introdução As doenças infecciosas e parasitárias (DIP) são importante problema de saúde pública por estarem associadas à pobreza, sendo proxy das condições de vida da população. Apesar do declínio da morbidade e mortalidade por DIP desde a década de 1960 no Brasil, estas doenças ainda impactam negativamente os indicadores de saúde no país.
Objetivos Identificar áreas críticas relativas a algumas doenças infecciosas e parasitárias associadas à pobreza no Brasil, no período de 2010 a 2014, bem como explorar suas possíveis relações com indicadores socioeconômicos.
Metodologia Foram calculadas incidências médias de algumas DIP para cada município, sendo consideradas como ponto de corte as incidências médias nacionais para classificação dos municípios em alta ou baixa criticidade por cada causa de adoecimento. Foi calculado e mapeado então um indicador síntese de criticidade, a partir do somatório dos valores obtidos para cada agravo para classificação final dos municípios. Utilizou-se e mapeou-se o índice local de Moran para delimitação de áreas de maior e menor criticidade por DIP. Também foram selecionados indicadores que pudessem expressar condições de vida para composição do modelo multivariado para verificar associação com o indicador síntese de criticidade.
Resultados Em termos de criticidade por DIP, 48% dos municípios foram classificados como baixa, 44% intermediária e 8% alta. As regiões Norte, Centro-Oeste, meio-norte do Nordeste e parte do Espírito Santo foram consideradas áreas de maior risco de transmissão de DIP. O restante do Nordeste, Sudeste e Sul do País apresentam baixa criticidade, sendo consideradas de baixo risco de transmissão. O modelo logístico apontou associação direta com os indicadores Proporção de pobreza, Lixo no entorno e Esgoto no entorno, considerados possíveis fatores de risco para criticidade por DIP. Os indicadores Casa própria e Assistência à saúde mostraram associação inversa, considerados potenciais fatores de proteção.
Conclusões/Considerações Os resultados evidenciaram que há uma transição epidemiológica polarizada vivenciada no Brasil. O comportamento das DIP serve como um indicador de desenvolvimento humano e sua magnitude deve nortear a formulação de políticas públicas no setor saúde e em práticas intersetoriais de habitação, saneamento e educação, com o intuito de diminuir iniquidades e vulnerabilidades sociais.
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