27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC12a - Infecções congênitas: zika e sífilis |
26189 - SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS: AS MÃES QUE LUTAM PELOS CUIDADOS DOS SEUS FILHOS PAULA DE SOUZA SILVA FREITAS - UFES, GABRIELLA BARRETO SOARES - UFES, HELAINE JACINTA SALVADOR MOCELIN - UFES, LARISSA CAROLINA XAVIER LACERDA - UFES, THIAGO NASCIMENTO DO PRADO - UFES, CAROLINA MAIA MARTINS SALES - UFES, KEILA CRISTINA MASCARELLO - UFES, ELDA COELHO DE AZEVEDO BUSSINGER - FDV / FACULDADE DE DIREITO , VITÓRIA , ES, ETHEL LEONOR NOIA MACIEL - UFES
Apresentação/Introdução A Síndrome Congênita do Zika (SCZ) consiste na presença de microcefalia ou outras complicações neurológicas, motoras e cognitivas oriundas do vírus Zika. Uma discussão em torno das necessidades e direitos das crianças com SCZ indicam que as mesmas, bem como suas mães, têm um cotidiano de grandes dificuldades, pois são necessárias implementação de políticas públicas voltadas para essas famílias.
Objetivos Compreender a percepção das mães de crianças confirmados para SCZ acerca do diagnóstico e as repercussões em sua vida, além das condições de atendimento nos serviços de saúde, o cotidiano de cuidados ao seu filho e o suporte que tem recebido do Estado.
Metodologia Para alcançar os objetivos propostos utilizou-se a abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas. Foram realizadas 25 entrevistas com mães de bebês nascidos vivos com diagnóstico confirmado de SCZ pelo Comitê de Microcefalia da Secretaria do Estado da Saúde do Espírito Santo de casos notificados em 2015 e 2016. As entrevistas foram realizadas de maio a agosto de 2017, pautadas a partir de um roteiro flexível, de caráter orientativo. A análise dos dados foi gerada por meio das entrevistas tratadas mediante a análise do conteúdo temático, utilizando o software Nvivo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Internacional (PAHOERC) sob o parecer PAHO-2017-02-0013.
Resultados A vulnerabilidade socioeconômica está presente na maioria das famílias que sofrem as consequências do zika vírus. As mães são usuárias dos serviços do SUS, moram na periferia urbana, abandonaram seus empregos e dependem do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para sobreviverem. O diagnóstico do Zika e a descoberta da microcefalia preocupou as mães, que afirmaram em muitos depoimentos sobre os medos e as dúvidas sobre o futuro dos seus filhos. Dificuldades maternas em cuidar de um bebê com uma síndrome desconhecida e o sentimento de desamparo das mães com relatos das barreiras encontradas nos serviços de saúde e rede de apoio para desenvolvimento dos seus filhos também foram observados.
Conclusões/Considerações As repercussões da SCZ na vida dessas mães são nefastas, tais como preocupações em relação à sobrevivência e ao futuro do filho, as incertezas da doença, o desconhecimento sobre como cuidar, a sensação de culpa, impotência e dependência, estigma da doença, preconceito sofrido por parte da população, profissionais despreparados para cuidar da SCZ, dificuldades financeiras e falta de apoio do Estado por meio de políticas públicas robustas.
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