27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC1d - Pesquisa em DCNT 1 |
28864 - PARKINSONISMO POR EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS ORGANOFOSFORADOS ALINE DO MONTE GURGEL - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, IDÊ GOMES DANTAS GURGEL - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, LIA GIRALDO DA SILVA AUGUSTO - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Apresentação/Introdução Os agrotóxicos são responsáveis por milhões de envenenamentos e mortes em todo o mundo. Existem evidências que certos agrotóxicos podem causar perda seletiva de neurônios dopaminérgicos, causando diversas desordens motoras, tais como transtornos parkinsonianos, sendo relevante identificar a relação entre este desfecho e os organofosforados, inseticidas mais frequentemente utilizados no país.
Objetivos Caracterizar a associação entre a exposição a agrotóxicos organofosforados e transtornos extrapiramidais em humanos;
Sistematizar as evidências epidemiológicas analíticas e descritivas de ocorrência de transtornos extrapiramidais em humanos.
Metodologia Foi realizada uma revisão sistemática com aplicação de metasumário como abordagem analítica. Foram realizadas buscas nas bases de dados MEDLINE, Lilacs e SciELO, combinando o termo “organofosforado” com outros relativos ao desfecho pesquisado. Foram inclusos na busca os artigos originais publicados entre os anos de 1970 e 2015, nos idiomas inglês, espanhol ou português. Não foram aplicados critérios de exclusão com base no desenho do estudo, buscando superar a lógica reducionista que considera apenas estudos experimentais ou de coorte como evidência científica válida. Após a fase de elegibilidade e análise, um total de 37 artigos compuseram o corpus da pesquisa.
Resultados A exposição a agrotóxicos organofosforados pode provocar transtornos extrapiramidais em humanos, podendo haver um componente genético que influencia a suscetibilidade individual. A maioria dos estudos encontrou uma associação positiva entre a exposição a agrotóxicos organofosforados e danos ao sistema nigroestriatal dopaminérgico, levando à ocorrência de manifestações parkinsonianas. Os estudos experimentais forneceram uma base biológica para os achados epidemiológicos, fortalecendo a conexão mecanística entre as exposições a agrotóxicos organofosforados e os transtornos extrapiramidais, tais como o parkinsonismo. Ainda, os mecanismos identificados são potencialmente relevantes para humanos.
Conclusões/Considerações Os resultados sugerem que existe evidência suficiente para concluir a relação entre a exposição a agrotóxicos organofosforados e o parkinsonismo em humanos. Entretanto há a necessidade de realizar estudos que avaliem os mecanismos de ação neurotóxica envolvidos na ocorrência das manifestações extrapiramidais, particularmente nos transtornos parkinsonianos. A análise de estudos com delineamentos distintos pode ser orientar a tomada de decisões.
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