27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC1c - Agravos cardiometabólicos |
26914 - A RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE DERIVADO DA RAIZ DE MANIHOT ESCULENTA E O RISCO CARDIOVASCULAR JOÃO VICTOR SANTOS MACEIÓ DA GRAÇA - UFPA, DORIVALDO DE ALMEIDA BELÉM JÚNIOR - UFPA, LEONARDO RODRIGUES MARTINS - UFPA, ESDRAS EDGAR BATISTA PEREIRA - UFPA, DELMIRA DA SILVA BARRAL - UFPA, MARIA DO SOCORRO CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA BASTOS - UFPA
Apresentação/Introdução A farinha de mandioca, produzida da raiz de Manihot esculenta tem grande consumo na Amazônia e composição de fibras, ácidos graxos, proteína e açúcar, alto teor de amido e vitamina C, índice glicêmico semelhante ao açúcar. Alimentos com alto índice glicêmico provocam hiperglicemia e hiperinsulinemia pós-prandial, implicados no risco de doenças cardiovasculares (Sahyoun, 2005).
Objetivos Avaliar a associação entre o consumo de farinha e a doença coronariana (DC), por meio do Escore de Framingham, em população urbana de 30 anos ou mais.
Metodologia Estudo transversal com amostra aleatória de indivíduos ≥30anos cadastrados em unidade de saúde. Aplicou-se no domicílio questionário padronizado incluindo frequência/quantidade de farinha consumida. Foram coletados exames bioquímicos e verificada pressão arterial. Estratificou-se em dois grupos segundo escore de Framingham: G1<10% e G2≥10% de acordo com risco de morte por doença coronariana. Utilizou-se o teste Qui-Quadrado para variáveis categóricas e teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas que apresentaram distribuição não paramétrica após teste de Kolmogorov-Smirnov, resultados em mediana-P25%-P75%. Software utilizado foi SPSS 24. Estudo aprovado pelo CEP/UFPA.
Resultados Participaram 234 pessoas. O consumo de farinha foi maior no G1(n=200) do que no grupo G2(n=34), mediana 38g/dia(25-63)x25g/dia(19-38). O G2 em relação ao G1 apresentou maior proporção de mulheres(88x55%-p=0,00), eram mais velhos(63x45anos-p=0,00), hipertensos(76x34%-p=0,00) e diabéticos(47x10%-p=0,00). Não houve diferença na circunferência abdominal (92x87cm-p=0,332). As medianas de: PAS(143x119mmHg-p=0,00), PAD(81x75mmHg-p=0,015), Glicemia(97x87mg/dL-p=0,003), Triglicerídeos(125x99mg/dL-p=0,010), Colesterol total(184x159mg/dL-p=0,0001), LDL-C(114x88mg/dL-p=0,00) foram mais elevadas, enquanto HDL-C(39x44mg/dL-p=0,017) menor, diferenças resultantes da própria classificação em grupos de risco.
Conclusões/Considerações O consumo de farinha foi maior no grupo de alto risco para doença coronariana, o que parece conferir a farinha um efeito protetor, apesar do seu elevado índice glicêmico, é possível que o teor de fibras e vitamina C atuem em outros mecanismos para a redução do risco, entretanto, outros estudos serão necessários para confirmar esses achados.
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