28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC1f - Diabetes |
22761 - ATENÇÃO AOS PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM CENTROS DE SAÚDE DA CIDADE DE MAPUTO-MOÇAMBIQUE EDY RAMOS SEMEDO - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE (MOÇAMBIQUE), ANNICK FONTBONNE - INSTITUT NATIONAL DE LA SANTÉ ET DE LA RECHERCHE MÉDICALE, FRANCE, JESSYKA BARBOSA - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES, REBECCA SOARES DE ANDRADE - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES, EDUARDA ÂNGELA PESSOA CESSE - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES
Apresentação/Introdução Diabetes mellitus (DM) tem atingindo proporções epidêmicas em todo mundo.Em 2015, quase 80% das mortes atribuídas ao diabetes no continente africano ocorreu em pessoas economicamente ativas (≤ 60 anos).Isso revela o fardo que a condição representa para a região. Fez-se necessário, portanto, analisar a atenção prestada a esses pacientes nos serviços de saúde de Maputo, localizada em Moçambique.
Objetivos Analisar a atenção prestada aos pacientes com diabetes mellitus tipo 2 nos Centro de Saúde (CS) de Maputo-Moçambique e caracterizar os pacientes quanto ao perfil sociodemográfico.
Metodologia Estudo transversal, realizado em 12 Centros de Saúde de Maputo, com portadores de DM tipo 2 e idade superior a 20 anos. Foram aplicados questionários formulados a partir do Primary Care Assesment Tool (PCATool), criado nos Estados Unidos, e validado e utilizado por pesquisadores no Brasil no Estudo SERVIDIAH. As questões foram adaptadas à realidade moçambicana. Também foi realizada análise de prontuários e observação direta dos consultórios, a fim de verificar a existência de materiais utilizados no atendimento de diabéticos. Os dados foram analisados com auxílio do SPSS (versão 19), e as variáveis quantitativas foram reportadas pela média (desvio padrão) e/ou mediana.
Resultados Foram realizadas 76 entrevistas (67,1% mulheres). 89,2% dos pacientes tinham a diabetes associada à hipertensão e 11,8% a outras doenças, como HIV/SIDA. A idade média foi de 56 anos para ambos os sexos. Entre os homens, 33,3% possuíam emprego formal. A maior parte das mulheres eram domésticas e possuiam menos anos de estudo que os homens. 60,5% relataram realizar atividade física e 85,9% algum tipo de dieta. As consultas foram bem avaliadas e consideradas de fácil agendamento, mas não existia dia/horário específico para o atendimento. Foi observado o não encaminhamento para outras especialidades e a inexistência de alguns materiais, como glicômetros, esfigmomanômetros e balanças.
Conclusões/Considerações Os resultados demonstram falhas na atenção aos diabéticos nos CS de Maputo que comprometem a integralidade dessa atenção. Os pacientes não possuem avaliação criteriosa de sua condição, dada a ausência de insumos importantes, e não são encaminhados para outras especialidades. Observa-se a necessidade de reorganizar a atenção prestada como forma de evitar as complicações futuras e prevenir mortes precoces.
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