28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO1j - Situação do câncer no Brasil |
29073 - DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA EM ESTÁGIO AVANÇADO NO BRASIL: ANÁLISE DE DADOS DOS REGISTROS HOSPITALARES DE CÂNCER (2000–2012) NELSON LUIZ RENNA JUNIOR - IMS UERJ, GULNAR DE AZEVEDO E SILVA - IMS UERJ
Apresentação/Introdução O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres no mundo. A redução da mortalidade pela doença nos últimos 20 anos ocorreu majoritariamente em países de alta renda. No Brasil, embora a disponibilidade do rastreamento tenha aumentado nos últimos anos, regiões dotadas de menos recursos ainda apresentam mortalidade elevada quando comparadas às capitais das regiões Sul e Sudeste.
Objetivos O presente estudo tem por objetivo analisar a tendência temporal e os fatores relacionados ao diagnóstico do câncer de mama em estágio avançado no Brasil entre 2000 e 2012.
Metodologia Os dados foram obtidos através do Registro Hospitalar de Câncer. Foram incluídas mulheres com diagnóstico de câncer de mama realizado entre os anos de 2000 e 2012. A tendência temporal da evolução do percentual de casos com diagnóstico em estágios III e IV foi feita através de regressão joinpoint. A análise das características epidemiológicas e clínicas associadas ao estadiamento avançado foi realizada através de modelo de regressão logística multinomial. Os casos foram classificados como doença inicial, localizada e avançada de acordo com o estadiamento. Foram calculadas as razões de chance com intervalos de confiança de 95% para as categorias local e avançada em relação à doença inicial.
Resultados Foram analisados 170.757 casos. O percentual de casos em estágio avançado diminuiu entre 2000 e 2002, variação percentual anual(VPA) de -6,6% (IC95% -7,6;-5,5%) e subiu entre 2002 e 2009, VPA de 1,1% (IC95% 0,9;1,3%). Mulheres com ensino superior (em comparação com analfabetas) tiveram maior chance de doença avançada (OR: 0,32; IC95% 0,29;0,35), assim como pardas (OR 1,30; IC95% 1,21;1,41) e negras (OR 1,63; IC95% 1,47;1,82), em comparação com brancas. Tratamento nas regiões Norte (OR1,23; IC95% 1,04;1,45) e Centro-oeste (OR 1,61; IC95% 1,34;1,94) levou a maior chance em comparação com a região Sul. Outros fatores positivamente associados ao desfecho foram: idade, histologia e estado civil.
Conclusões/Considerações O acesso ao diagnóstico de câncer de mama no Brasil é desigual. A influência de fatores socioeconômicos no estágio no diagnóstico ajuda a realçar a importância de políticas que ampliem o acesso a medidas de diagnóstico precoce e tratamento oportuno do câncer no país. Atenção especial deve ser dada a mulheres pardas, negras, indígenas, com baixa escolaridade e residentes nas regiões Norte e Nordeste.
|