28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO1j - Situação do câncer no Brasil |
24862 - INTERNAÇÕES HOSPITALARES NO PRIMEIRO ANO APÓS INÍCIO DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, EM ÂMBITO NACIONAL, ENTRE OS ANOS DE 2010 E 2014 FLAVIA FELICIANA SILVA - UFMG, GISELE MACEDO DA SILVA BONFANTE - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS, AUGUSTO AFONSO GUERRA JUNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ELI IOLA GURGEL ANDRADE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, FRANCISCO DE ASSIS ACURCIO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, FELIPE FERRÉ - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, MARIÂNGELA LEAL CHERCHIGLIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Apresentação/Introdução O Câncer está entre as principais causas de morbi-mortalidade no Brasil e as internações hospitalares fazem parte da trajetória dos pacientes com a doença. Tendo em vista a fragmentação do modelo de saúde brasileiro, com ênfase nas demandas agudas, surgiu o questionamento sobre o perfil dessas internações, cujo conhecimento torna-se ferramenta para a gestão do cuidado com foco no indivíduo.
Objetivos Conhecer, em âmbito nacional, o perfil dos pacientes submetidos ao tratamento oncológico radioterápico, quimioterápico e cirúrgico pelo SUS, entre 2010 e 2014, bem como a ocorrência de internação após o início do tratamento e seus fatores associados.
Metodologia Estudo de coorte prospectiva não concorrente dos pacientes submetidos ao tratamento pelo SUS para os cânceres de Próstata, Mama Feminina, Pulmão, Colorretal, Colo do Útero e Estômago, entre 01/01/2010 e 31/10/2014. Os indivíduos foram acompanhados após o início do tratamento por um ano, quanto à ocorrência de internações hospitalares. Utilizou-se informações da Base ONCO do grupo de Pesquisa em Economia da Saúde da UFMG que, por meio de pareamento determinístico-probabilístico de dados da APAC/ONCO, SIH/SUS e SIM, reuniu em cadastro único todos os dados de tratamento prestados para um mesmo paciente. A análise descritiva baseou-se em variáveis demográficas e clínicas dos pacientes.
Resultados Foram incluídas no estudo, 417.934 pessoas com idade média de 60,8 anos [sd 13,7], em sua maioria da região sudeste (47,5%) e mulheres (60,1%). O início tardio do tratamento (estágios III e IV da doença) ocorreu em 53,2% dos casos, principalmente para os cânceres Colorretal, Pulmão e Estômago. Do total, 51,1% dos pacientes foram internados no primeiro ano de tratamento, em sua maioria com tumores colorretal e de estômago. A realização de cirurgias oncológicas e a assistência às intercorrências associadas ao Câncer ou reação ao tratamento motivaram a maior parte destas internações. A mortalidade geral no primeiro ano foi de 13,3%, em sua maioria tendo o câncer como causa base do óbito.
Conclusões/Considerações O enfrentamento efetivo do Câncer somente se tornará possível com a adoção de politicas públicas para a prevenção, diagnóstico precoce e acesso ao tratamento. O estudo mostrou a importância da melhoria do cuidado com foco no indivíduo durante o tratamento da doença visando a assistência qualificada por equipes de saúde capacitadas, melhoria da qualidade de vida dos pacientes, prevenção de internações hospitalares e aumento da sobrevida.
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