28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO1j - Situação do câncer no Brasil |
24759 - FATORES ASSOCIADOS AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DE TUMORES DE CAVIDADE ORAL E OROFARINGE: UM ESTUDO NACIONAL
KARÍSIA KAREN RICARTE LÔ - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, MARIANNA DE CAMARGO CANCELA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
Apresentação/Introdução
Os cânceres de cavidade bucal e de orofaringe formam um grupo de doenças com características distintas. Apesar dos principais fatores etiológicos serem bem conhecidos, eles continuam a ser diagnosticados tardiamente e apresentam baixa sobrevida. Compreender as heterogeneidades clínicas e epidemiológicas desse conjunto de pacientes pode ajudar a aprimorar as ações de controle e o prognóstico da doença.
Objetivos
Caracterizar os tumores de cavidade oral e de orofaringe por estádio da doença no momento do diagnóstico, de acordo com variáveis clínicas e socioeconômicas. Identificar fatores relacionados ao diagnóstico precoce para orientar ações de prevenção secundária.
Metodologia
A população de estudo foi composta pelos casos de câncer de cavidade oral e de orofaringe registrados no banco de dados do Integrador de Registros Hospitalares de Câncer no Brasil (IRHC) no período de 2000-2013. Após análise da completude dos dados e do mecanismo de perda de informação, as análises finais incluíram os casos com estadiamento completo. Foi realizada análise multivariada usando regressão de Poisson com variância robusta comparando os casos diagnosticados precocemente (estádios I e II) e tardiamente (estádios III e IV) afim de identificar características preditoras de diagnóstico precoce.
Resultados
Do total de 62115 casos obtidos, 49142 (79,1%) foram analisados, correspondentes aos casos que apresentavam estadiamento completo. O câncer de orofaringe foi diagnosticado mais tardiamente do que o de cavidade oral, com frequências de estadiamento avançado de, respectivamente, 87,2% e 77,6%, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. A faixa etária com maior frequência de diagnóstico tardio foi 40-59 anos. Indivíduos de cor branca, sexo feminino e indivíduos com maior nível de escolaridade foram diagnosticados precocemente com maior frequência. Pacientes que nunca consumiram álcool e não-tabagistas também foram diagnosticados precocemente.
Conclusões/Considerações
Os resultados mostram diferenças marcantes entre os grupos de pacientes diagnosticados precocemente e tardiamente, evidenciando a necessidade de estabelecer estratégias preventivas mais relacionadas às características desses subgrupos.
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