26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO1b - Doenças cardiovasculares e renais |
26004 - KATUANA DA BAÍA DO GUAJARÁ: CONSUMO DE CAFÉ E RISCO CARDIOVASCULAR FABIO DANIEL PEREIRA SAMPAIO - UFPA, ESDRAS EDGAR BATISTA PEREIRA - UFPA, MURILO OLIVEIRA POLLHUBER - UFPA, JOÃO VICTOR SANTOS MACEIÓ DA GRAÇA - UFPA, ROSILENE COSTA REIS - UFPA, MARIA DO SOCORRO CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA BASTOS - UFPA
Apresentação/Introdução As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Os principais fatores de risco são tabagismo, diabetes e hipertensão, entre outros. O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e seus principais compostos descritos são a cafeína e ácido clorogênico. Todavia, a associação entre café e risco cardiovascular (RCV), analisada há mais de 50 anos, ainda permanece controversa.
Objetivos Avaliar a associação entre o consumo de café e a doença coronariana (DC), por meio do Escore de Framingham, em população urbana de 30 anos ou mais.
Metodologia Estudo transversal com amostra aleatória de indivíduos ≥30anos cadastrados em unidade de saúde. Aplicou-se no domicílio questionário padronizado incluindo frequência/quantidade de café consumido. Foram coletados exames bioquímicos e verificada pressão arterial. Estratificou-se em dois grupos segundo escore de Framingham: G1<10% e G2≥10% de acordo com risco de morte por doença coronariana. Utilizou-se o teste Qui-Quadrado para variáveis categóricas e teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas que apresentaram distribuição não paramétrica após teste de Kolmogorov-Smirnov, resultados em mediana-P25%-P75%. Software utilizado foi SPSS 24. Estudo aprovado pelo CEP/UFPA.
Resultados Participaram 252 pessoas (76% da amostra selecionada), 61,5% mulheres. Não houve diferença estatisticamente significante entre G1(n=217) e G2(n=35) em relação ao consumo de café (mediana180x150mL/dia-p=0,157). G2 em relação ao G1 eram mais velhos (64x45-p<0,0001), com maior proporção de mulheres (89%x57%-p=0,001). As medianas de: PAS(114x119mmHg-p<0,0001), PAD(80x75mmHg-p=0,009), Glicemia(97x87mg/dL-p=0,002), Triglicerídeos(124x97mg/dL-p=0,007), Colesterol total(184x158mg/dL-p<0,0001), LDL-C(112x88mg/dL-p<0,0001) foram mais elevadas, enquanto HDL-C(39x44mg/dL-p=0,019) menor, diferenças resultantes da própria classificação em grupos de risco.
Conclusões/Considerações A semelhança entre o consumo de café nos grupos de alto e baixo risco para doença coronariana corrobora com os resultados de outros estudos (WU, 2009), fortalecendo evidências do efeito neutro do café. Entretanto, a avaliação desta associação é uma das primeiras a serem realizadas no norte do Brasil, necessitando de outros estudos com as diversas populações da região como: ribeirinhos, indígenas, quilombolas.
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