26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO1b - Doenças cardiovasculares e renais |
25914 - KATUANA: COMPARAÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE POPULAÇÃO URBANA E RIBEIRINHA E SUA ASSOCIAÇÃO COM O AÇAÍ (EUTERPE OLERACEA) PAULO HENRIQUE COSTA DA SILVA - UFPA, ESDRAS EDGAR BATISTA PEREIRA - UFPA, JOÃO VICTOR SANTOS MACEIÓ DA GRAÇA - UFPA, DELMIRA DA SILVA BARRAL - UFPA, MARIA DO SOCORRO CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA BASTOS - UFPA
Apresentação/Introdução O açaí é rico em antocianinas, envolvidas na redução do estresse oxidativo. As populações urbana e ribeirinha na Amazônia (KATUANA=gente boa) tradicionalmente alimentam-se da fruta, ilhéus produzem o açaí, portanto, consomem sem restrições, os grupos urbanos usam em menor quantidade. Pode ser que a diferença no consumo produza efeito diverso no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Objetivos Comparar os fatores de risco para doença cardiovascular entre população urbana e ribeirinha com idade maior ou igual a 30 anos e sua associação com o açaí.
Metodologia Realizou-se inquérito domiciliar com questionário padronizado para indivíduos >29 anos e moradores de duas áreas: ilhas do Combú, Murutucum e Patos(todos convidados) e população urbana do bairro da Terra Firme(amostra aleatória). Foram coletados exames bioquímicos e verificada pressão arterial, peso, altura. A frequência/quantidade de açaí consumido foi verificada por meio de questionário específico. Utilizou-se o teste Qui-Quadrado para variáveis categóricas e teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas que apresentaram distribuição não paramétrica após teste de Kolmogorov-Smirnov, resultados em mediana. Nível de significância <0,05. Software SPSS 24. Estudo aprovado pelo CEP/UFPA.
Resultados A população das ilhas (n=172) apresentou maior consumo de açaí (500mL/dia-P25=325-P75=1000-p<0,000) do que a urbana (n=244)(85mL/dia-P25=36-P75=400) que é mais velha (48x44anos-p=0,005) e com maior tempo de estudo (9x4anos-p=0,000), sem diferença de gênero. A população das ilhas em relação a urbana apresentou maior Colesterol total (175x162mg/dL-p=0,006), LDL-c (117x93mg/dL- p=0,000), triglicérides (121x102mg/dL-p=0,0000), glicemia de jejum (91x87mg/dL- p=0,014) e maior HDL-c (38x43mg/dL-p=0,000). Não houve diferença estatisticamente significante em: índice de massa corpórea (27x28kg/m2), circunferência abdominal (90x89cm), pressão arterial sistólica (124x122mmHg) e diastólica (75x76mmHg).
Conclusões/Considerações Observou-se que moradores das ilhas, com alto consumo de açaí, apresentaram maior colesterol total, LDL-C e triglicerídeos que os urbanos com menor consumo. Pode ser que o efeito do açaí se manifeste apenas em hipercolesterolemia, pois, estudos de Souza(2010) e Feio(2012) mostraram que animais com hipercolesterolemia induzida apresentaram redução do colesterol total quando alimentados com açaí, no entanto, as duas populações tem lipídios normais.
|