29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC4c - Aspectos teórico conceituais e metodológicos da saúde coletiva - comunicações curtas - III |
21915 - ANÁLISE DISCURSIVA DE ENTREVISTAS A MÉDICOS CUBANOS, GESTORES E SUPERVISORES DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS EM CAMPINAS KARLA AMORIM SANCHO - UNICAMP, CLAUDIA REGINA CASTELLANOS PFEIFFER - UNICAMP, CARLOS ROBERTO SILVEIRA CORRÊA - UNICAMP
Apresentação/Introdução Analisamos entrevistas feitas a médicos cubanos participantes do Programa Mais Médicos em Unidades Básicas de Saúde de Campinas, bem como a Supervisores e/ou Gestores brasileiros do Programa, para a pesquisa intitulada: Trabalho de Campo no Brasil para Análise Sistemática de Experiência de Gestão de Fluxos de Recursos Humanos na Região Ibero-Americana: Análise do Programa Mais Médicos.
Objetivos Analisar como são significadas, nas entrevistas, as formas materiais: ‘integralidade’, ‘resolutividade’ e ‘diagnóstico’ para compreender a rede de significação na construção de diagnósticos, a partir da posição-sujeito médico cubano no Programa.
Metodologia As análises se dão a partir do referencial teórico da Análise de Discurso, cujo pressuposto é o de que há uma relação entre língua, sujeito e ideologia, inscrita nas práticas humanas que pode ser compreendida a partir da análise dos discursos enunciados. Nessa perspectiva, debruçamo-nos sobre os discursos enunciados por médicos cubanos e por gestores/supervisores brasileiros do Programa sobre a clínica médica, particularmente sobre o diagnóstico. Observamos se haveria a ocorrência de marcas discursivas do atendimento queixa-conduta. Interessava-nos compreender as relações entre este tipo de funcionamento e o que acontece em uma clínica com médicos cubanos dentro do Programa Mais Médicos.
Resultados Compreendemos que os médicos brasileiros, em posição de gestão/supervisão, enunciam diferentemente dos médicos cubanos. Em nossas análises, comparecem sentidos distintos para as formas materiais: integralidade, resolutividade e diagnóstico. As relações entre médico, pacientes e serviço de saúde constituem-se de forma diversa, para médicos cubanos e para médicos brasileiros. Para os médicos cubanos, fundamentam-se na compreensão da interação da comunidade com o território, enquanto que para os brasileiros, centram-se na terapêutica. São, portanto, posições-sujeito interpeladas por formações ideológicas e discursivas diferentes.
Conclusões/Considerações Médicos cubanos e brasileiros enunciam o diagnóstico a partir de formações discursivas e ideológicas diferentes. Para além da taxonomia das doenças, ou mesmo a evitando, médicos cubanos constroem o diagnóstico do paciente a partir do conhecimento das comunidades onde vivem os pacientes. Médicos brasileiros visam a categorização da doença para relacioná-la ao medicamento correspondente, tratando pontualmente o problema.
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