28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC4b - Aspectos teórico conceituais e metodológicos da saúde coletiva - comunicações curtas - II |
22942 - SAÚDE COLETIVA EM DIÁLOGO COM AS EPISTEMOLOGIAS DO SUL JOÃO ARRISCADO NUNES - CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Apresentação/Introdução O trabalho discute as contribuições da obra do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos em sua relação com a Saúde Coletiva, em particular em suas dimensões epistemológicas e políticas. O desafio é se propor um pensamento alternativo de alternativas diante do agravamento da crise política, institucional, teórica e dos graves retrocessos em curso sobre os avanços sociais e de saúde.
Objetivos Discutir as contribuições das Epistemologias do Sul para a renovação teórica, metodológica e política da Saúde Coletiva. Serão focadas três áreas como exemplos: saúde mental, saúde e ambiente, e atenção local e comunitária da saúde.
Metodologia As chamadas Epistemologias do Sul criticam a tripla dominação do projeto moderno de matriz eurocêntrica (capitalista, colonial e patriarcal) e apostam em novas possibilidades políticas e epistemológicas a partir das experiências e das lutas sociais travadas principalmente no Sul Global, contra diferentes formas de opressão e discriminação. Entre as inovações conceituais propostas destacamos pensamento abissal, sociologias das ausências e emergências, ecologia de saberes, tradução intercultural, artesania de práticas e metodologias colaborativas. Alguns exemplos serão apresentados para mostrar a potência de tais proposições.
Resultados Inúmeras questões têm surgido a partir do diálogo recente entre a Saúde Coletiva e as Epistemologias do Sul, entendida como uma proposta teórica e metodológica que articula os três eixos de dominação do projeto moderno de matriz eurocêntrica, o capitalismo, o colonialismo e o patriarcado. Por exemplo, qual a especificidade da saúde no contexto das lutas sociais na América Latina? Como compreender proposições como a linha abissal, as sociologias das ausências e das emergências a partir das experiências da Saúde Coletiva? Nesse contexto, quais tensões, limites e desafios surgem para a construção de sociedades pós-coloniais e pós-abissais em termos de lutas emancipatórias?
Conclusões/Considerações As últimas décadas têm sido extremamente ricas em termos de experiências teóricas, metodológicas e práticas sociais vinculadas a diversas áreas tais como saúde mental; saúde e ambiente; atenção básica e saúde da família em condições de vulnerabilidade extrema, entre outras. A partir de tais práticas surgem possibilidades de avanços teóricos na concepção estruturalista da determinação social que marcou a trajetória da Saúde Coletiva.
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