27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24a - Dona Ivone Lara - Formação e Políticas de Saúde no campo das relações raciais |
27458 - OPORTUNIDADE PARA ENVELHECER? DESIGUALDADES RACIAIS NA DISTRIBUIÇÃO DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SEGUNDO O CRITÉRIO RAÇA/COR. ALEXANDRE DA SILVA - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ, IGOR SANTOS VALVASSORI - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA HUMANA - USP, ETIENNE DUIM - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA - USP, CARLA FERREIRA DO NASCIMENTO - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA - USP, LUÍS EDUARDO BATISTA - INSTITUTO DE SAÚDE – SP
Apresentação/Introdução O envelhecimento no Brasil ainda apresenta preocupantes desigualdades sociais. Esse processo na capital paulista é engendrado pelas diferenças socioeconômicas, com destaque para o marcador social raça/cor da pele. A desigualdade no acesso e uso, por parte da população, de serviços públicos e privados, reforça para a população negra paulistana condições desfavoráveis para o envelhecimento.
Objetivos Observar a distribuição de idosos no município de São Paulo, segundo a raça/cor, bem como locais onde há pessoas com 60 anos ou mais e correlacionar valores da distribuição dos idosos nos distritos com valores médios de mortalidade de cada distrito.
Metodologia Tratou-se de um estudo ecológico e uma metodologia cartográfica de análise espacial por meio de mapas com dados da população segundo Censo do IBGE de 2010. Foram utilizados dados da média de idade ao morrer obtidos no portal Rede Social de Cidades. Mapas temáticos demográficos foram desenvolvidos no software Qgis. Dados por distrito foram classificados de forma padronizada em intervalos de 3%, utilizando para as mesmas faixas o mesmo tom de cor e analisando o critério raça/cor (preta, parada e branca) da população idosa de São Paulo e suas proporções e faixas etárias em cada distrito. Construiu-se gráfico de correlação entre médias da idade de morrer nos distritos e proporções de idosos.
Resultados Houve distribuição desigual entre pretos, pardos e brancos. Pretos estão distribuídos mais nos bairros periféricos, enquanto que brancos concentraram-se mais nas regiões centrais. Na maioria dos distritos periféricos a média de idade ao morrer foi menor que 60 anos, que é idade na qual se considera uma pessoa idosa no Brasil. Outros distritos localizados em regiões de melhores condições socioeconômicas a média de idade ao morrer foi superior a 70 anos. Na análise de correlação, idosos brancos estiveram em maior proporção e vivendo mais nos bairros fora das zonas periféricas e, como um perfil, pretos e, principalmente, pardos estiveram em menores proporções na grande maioria dos distritos.
Conclusões/Considerações Em diversos distritos morre-se sem envelhecer, refletindo desigualdades, pois a proporção de idosos brancos e mais velhos foi superior em distritos socioeconomicamente melhores. A iniquidade no envelhecimento entre negros e brancos tem como causas o racismo institucional, a segregação residencial e as desigualdades socioeconômicas construída ao longo do tempo no município de São Paulo.
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