26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO24a - Luiza Bairros: formação e políticas no campo das relações raciais |
26731 - O RACISMO NA FORMAÇÃO MÉDICA: REFLEXÕES A PARTIR DA VIVÊNCIA NO CURSO DE MEDICINA DA UFRB JOANA CARVALHO RIBEIRO DE JESUS - UFRB, LUCIANA PEREIRA BARBOZA - UFRB, MARIÂNGELA COSTA VIEIRA - UFRB, TALITA ROCHA DE AQUINO - UFRB, LUZIA VILMA DELGADO - UFRB, ISABELA SANTANA NASCIMENTO - UFRB, CAMILA GOÉS DA SILVA - UFRB, JAMILE GUERRA FONSECA - UFRB
Período de Realização O acompanhamento e percepção das situações de racismo iniciaram-se em junho de 2016
Objeto da Experiência Acompanhamento de estudantes negros no curso de medicina e situações de racismo vivenciadas neste processo a partir da percepção docente.
Objetivos Visibilizar situações de racismo na formação médica de estudantes negros. Identificar desafios para construção de uma formação médica que combata o racismo. Desvelar os impactos das desigualdades raciais no processo formativo de estudantes de medicina.
Metodologia O desenvolvimento das atividades longitudinais teórico práticas e seguimento pelo docente na mesma turma por 4 semestres possibilitam o acompanhamento dos discente de forma processual e permite a identificação de situações diversas relacionadas a vivências discriminatórias dentro do curso. Outra ferramenta que possibilita a identificação dessas vivências é a caixa de afetações, atividade em que o estudante descreve as experiências no curso que o afetam e reflete criticamente sobre a situação.
Resultados Visibilizar essas situações de racismo permitiu avaliar e refletir sobre vivências dentro do curso e dos serviços de saúde, e suas repercussões na formação destes sujeitos, tanto para os discentes como para o corpo docente. Os docentes buscaram considerar os impactos das desigualdades raciais na avaliação global dos estudantes, realizando adequações aos acompanhamentos pedagógicos. Tem se tentado expandir essa compreensão aos demais integrantes do corpo docente.
Análise Crítica O imaginário social sobre a figura do médico tem como estereótipo hegemônico um indivíduo branco, por parte dos pacientes, docentes e alunos, e fica evidente o estranhamento ao ver pessoas negras neste lugar, o que repercute na autoimagem destes estudantes e promove práticas discriminatórias por parte das instituições e dos docentes. Ao mesmo tempo é notável a relação empática dos estudantes com os usuários, implicando numa maior mobilização e responsabilização.
Conclusões e/ou Recomendações O racismo, como elemento estrutural das relações, deve ser combatido com uma atuação ampla, inclusive na educação, sendo essencial ampliar e capilarizar a discussão com toda comunidade acadêmica, propor intervenções adequadas à gravidade do problema e realizar um acompanhamento permanente dos discentes. A compreensão das iniquidades raciais na saúde também é fundamental no enfrentamento ao racismo e necessita ser expandida para os demais eixos.
|