29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC3f - Ambiente e Saúde 6 |
24038 - CONDIÇÕES DE VIDA E DE SAÚDE NO CONTEXTO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL DE USO SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS NA AMAZÔNIA OCIDENTAL MARCILIO SANDRO DE MEDEIROS - ILMD/FIOCRUZ AMAZONIA, LIA GIRALDO DA SILVA AUGUSTO - CPQAM, STEFANIA BARCA - CES/UC, INEZ SIQUEIRA SANTIAGO NETA - UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES, DANIEL SOUZA SACRAMENTO - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MANAUS, ISABELA CRISTINA DE MIRANDA GONÇALVES - UEA, ANDRÉ MONTEIRO COSTA - CPQAM
Apresentação/Introdução No atual contexto sanitário do Amazonas, o desafio posto na atenção à saúde para o alcance da universalidade diz respeito à incorporação de parcelas da população historicamente apartadas das políticas públicas, como por exemplo, povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados com o campo e floresta que habitam as Unidades de Conservação Ambiental
Objetivos Analisar as condições de vida e de saúde das populações ribeirinhas que vivem na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, cuja execução da gestão local é realizada por organizações sociais, a partir da categoria de análise da Reprodução Social de Juan Samaja.
Metodologia Foi um estudo de caso em que utilizamos análise documental, observação direta, entrevista e questionário estruturado. Para amostra (N=231) utilizamos a prevalência de 18,5% de indivíduos que não foram atendidos por médico na “Escuta Itinerante: acesso das populações do campo e da floresta ao SUS” do país. Também foram consideradas na seleção as comunidades que receberam e as que não receberam apoio comunitário de uma organização social que presta apoio a gestão. Os questionários foram digitados no SPSS e analisados a partir das cincos dimensões de Juan Samaja: biocomunal, autoconsciência e conduta, tecnoeconômica, política e ecológica.
Resultados Há baixo envolvimento dos ribeirinhos no controle social e no apoio comunitário, indicando problemas na interação biocomunal e política. O atendimento às demandas sociais está organizado de forma conflituosa. Várias instituições atuam desarticulamente. A interação da política com a tecnoeconômica apresentou Razão de Prevalência < 1,0, indicativo de proteção, nas comunidades em que a organização social promoveu maior atuação. Contudo, os rendimentos não alcançam a soma de 1 salário mínimo em 61% das famílias. Foram observadas elevadas frequências nas queixas de saúde (79%) e acidentes de trabalho (71%). A avaliação dos serviços, para 54 % dos ribeirinhos foi menor de 2 pontos.
Conclusões/Considerações Os processos sociais que determinam as situações de saúde dos ribeirinhos de Mamirauá são oriundos da estrutura de poder configurada pelas práticas territorializadas das políticas ambiental, indígena e saúde, cuja sobreposição tem produzido interação de conflito de responsabilidades com a atenção à saúde. A gestão não visibiliza as categorias cuidado, solidariedade, soberania e segurança das pessoas como essenciais para a sustentabilidade.
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