28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC3d - Ambiente e Saúde 5 |
24964 - NÍVEIS DE MERCÚRIO E PERFIL SOCIOECONÔMICO DE UMA COMUNIDADE DA REGIÃO DE RIOS DO BAIXO AMAZONAS (PA). FELIPE AFONSO DOS ANJOS DA COSTA - UFOPA, AMANDA CHIANCA NEVES - UFOPA, RÔMULO JORGE BATISTA PEREIRA - UFOPA, LARISSA ADNA NEVES SILVA - UFOPA, JOHNNASSON DE MEDEIROS SOARES - UFOPA, SUELEN MARIA SANTOS DE SOUZA - UFOPA, LUIS REGINALDO RIBEIRO - UFOPA (PPGRNA), HELOISA DO NASCIMENTO DE MOURA MENESES - UFOPA
Apresentação/Introdução O mercúrio (Hg) é um metal altamente tóxico, presente naturalmente no ambiente amazônico, e que vem sendo constantemente remobilizado do solo através do desmatamento crescente na região, aumentando assim, a sua concentração nos ecossistemas aquáticos amazônicos. Nos ecossistemas aquáticos, o Hg pode ser convertido a metilmercúrio (MeHg), que é capaz de causar sérios danos a saúde humana.
Objetivos Avaliar o nível de exposição mercurial e verificar a relação entre os níveis de Hg e a frequência do consumo de peixe em uma comunidade da região de rios do Baixo Amazonas (PA).
Metodologia Foram analisados 90 indivíduos residentes na comunidade do Parauá, situada na região de rios de Santarém/Pará, município que pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e que está situado na confluência dos rios Amazonas e Tapajós. Foi aplicado um questionário com informações socioeconômicas e referente a frequência de consumo de peixe. Os níveis de Hg foram quantificados a partir de sangue periférico e foram considerados expostos os indivíduos que apresentaram níveis acima de 10μg/L. Foi realizada uma análise de regressão linear univariada pra verificar a relação entre os níveis de Hg com frequência de consumo de peixe e com o sexo.
Resultados Dentre os indivíduos estudados, 99% consomem peixe frequentemente e apresentaram níveis de Hg acima do limite recomendado pela OMS (média = 49,3 ± 28,6 μg/L; mediana = 43,6 μg/L; mínimo = 2,99 μg/L; máximo = 147,1 μg/L), dos quais 4,4% apresentam níveis de Hg abaixo de 10μg/L , 58,9% entre 10-50μg/L, 30% entre 50-100μg/L e 6,7% acima de 100μg/L. Foi observado que a maioria dos indivíduos eram do sexo feminino (62,2%), possuíam 41 a 60 anos (42,2%), se autodeclararam pardos (73,3%) e possuíam ensino médio completo (30%). A análise de dados por regressão linear mostrou uma relação estatisticamente significativa entre o sexo masculino e os níveis de Hg (b = 23,4; p = 0,002).
Conclusões/Considerações A população da comunidade do Parauá está apresentando níveis muito acima do limite de 10μg/L de Hg total no sangue, recomendado pela OMS. Estes resultados corroboram o que foi encontrado recentemente em outra comunidade de várzea de Santarém, o que confirma que este município está ambientalmente exposto ao Hg e que a população está sob risco dos efeitos de uma exposição crônica através do consumo frequente de peixe contaminado com MeHg.
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