29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC3e - Ambiente e Saúde 3 |
25128 - ALGUNS CONTEXTOS PARA O AUMENTO DA DISSEMINAÇÃO DA FEBRE AMARELA NO BRASIL RENATA GRACIE - FIOCRUZ, ANSELMO ROMÃO - FIOCRUZ, CHRISTOVAM BARCELLOS - FIOCRUZ, RICARDO DANTAS - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A febre amarela é uma doença infecciosa, que causava epidemias nas regiões tropicais na América do Sul e na África em áreas urbanas desde o século XVII. Com o desenvolvimento de vacinas e campanhas de controle de vetores, houve uma diminuição da ocorrência de surtos. Contudo, a febre amarela silvestre mostrou-se de difícil controle, mantendo-se durante anos endêmica em áreas no Brasil.
Objetivos O objetivo deste trabalho é apresentar a distribuição da febre amarela no Brasil em período anterior e posterior ao rompimento da barragem, que alterou a ecologia ao redor do Rio Doce em Mariana até o encontro com o oceano Atlântico.
Metodologia Para demonstrar diversas negligências políticas: na habitação, código florestal e vigilância da barragem de mineração juntamente com um evento pontual em uma área pode afetar o setor de saúde pública em uma área bem mais ampla. Inicialmente foram levantados os casos de febre amarela de 2007 a 2016, foram estruturados mapas com a distribuição de ocorrência deste agravo e avaliamos se houve alteração da distribuição de febre amarela e nos locais com as maiores mudanças de padrão de ocorrência analisamos com mais detalhes. Utilizou-se também imagens de satélite no dia anterior e posterior ao rompimento da barragem para ilustrar as alterações abruptas da ecologia no entorno do Rio Doce.
Resultados Observando os mapas estruturados a partir dos dados coletados no DATASUS e pelas Secretaria de Saúde, tanto de Estado quanto de Município, podemos perceber que desde o ano de 2007 até o ano de 2015 a ocorrência de casos humanos de febre amarela havia diminuído a sua área de abrangência no Brasil a cada ano. A partir do ano de 2016 pode-se perceber um aumento da abrangência da ocorrência da Febre Amarela em direção a uma área, que não possuía uma ocorrência tão elevada em períodos recentes como o Vale do Canaã-ES. As imagens de satélite apontam mudanças da resposta espectral em outubro para novembro de 2015 apontando uma alteração da ecologia no Rio Doce, que chega até sua foz.
Conclusões/Considerações Na observação da área de ocorrência elevada na escala detalhada identifica-se os municípios afetados pela febre amarela próximos ao Rio Doce. É possível que os surtos recentes não relacionem-se apenas ao rompimento da barragem, que transformou o Rio Doce em um rio sem predadores de vetores, mas também a migração de pessoas de áreas urbanas para as silvestres, por sobrevivência e a mudança no código florestal com diminuição da cobertura florestal.
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