28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC3c - Ambiente e Saúde 2 |
24711 - ACIDENTES POR ESCORPIÕES E FATORES ASSOCIADOS NA BAHIA, BRASIL ANA CAROLINE CALDAS DE ALMEIDA - UFBA, MARIANA BRITO GOMES DE SOUZA - UFBA, LEONARDO LUIS MACHADO SALVI - UFBA, LAÍSE CARVALHO RIBEIRO - UFBA, REJÂNE MARIA LIRA-DA-SILVA - UFBA, YUKARI FIGUEROA MISE - UFBA
Apresentação/Introdução Acidente por escorpião ou escorpionismo é um preocupante agravo de saúde devido à alta incidência e óbitos na Bahia. Sua ocorrência é frequentemente justificada por atitudes individuais que proporcionaram a ampla distribuição e permanência do escorpião no ambiente. Entretanto, este agravo pode apresentar relação com Determinantes Sociais de Saúde de origem socioeconômica, ambiental e ocupacional.
Objetivos Investigar a associação entre características socioeconômicas, ambientais e ocupacionais com casos de escorpionismo ocorridos na Bahia e notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) durante o período de 2007 e 2014.
Metodologia Estudo conduzido utilizando dados agregados do escorpionismo ocorrido nos municípios baianos (2007-2014). O número de casos foi obtido do SINAN. Variáveis socioeconômicas, ocupacionais e ambientais foram coletadas nos portais eletrônicos: SIDRA/IBGE e CLIMATE-DATA-ORG. Atendidos os pressupostos estatísticos, a associação entre escorpionismo e variáveis supracitadas foi investigada por regressão multivariada. A partir da incidência acumulada do escorpionismo (2007-2014) de macrorregiões de saúde e municípios, verificou-se áreas de risco e de autocorrelação espacial com base no teste de Kruskal-Wallis e Índices de Moran. Tais etapas foram processadas no programa Stata 12.0.
Resultados Foram notificados 105.938 casos (111,5/100.000 hab.) na Bahia (2007-2014). A macrorregião Sudoeste deteve maior risco para tal agravo (199,9/100.000 hab.) cuja autocorreção espacial foi corroborada pelo Índice de Moran (p<0,05). O escorpionismo nos municípios baianos apresentou associação estatística (p<0,05) com as variáveis % de mulheres do município que exercem serviço doméstico (β= 37,6), Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (β= 16,5), índice de distribuição de renda ou THEIL para maiores de 18 anos (β= 2,36), pluviosidade média municipal (β= -0,2), % de domicílios com coleta de lixo (β = -2,8), temperatura média municipal (β = -45,3) e expectativa de anos de estudo (β= -46,0).
Conclusões/Considerações O escorpionismo na Bahia pode ser explicado por variáveis ambientais e socioeconômicas ligadas à educação, infraestrutura urbana e ocupação doméstica. Existem clusters de hotspots para o escorpionismo na Bahia que demonstram o maior risco do agravo na macrorregião de saúde Sudoeste, sendo assim um importante local a ser considerado no planejamento de ações voltadas para a prevenção e tratamento do escorpionismo.
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