27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO3h - Desenvolvimento, ambiente e saúde |
22884 - CRISE ECOLÓGICA E CONHECIMENTOS ALTERNATIVOS: CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS SIGNIFICATIVAS EM DIÁLOGO COM POVOS DOS CAMPOS E FLORESTAS MARINA TARNOWSKI FASANELLO - PPGICS/ICICT, MARCELO FIRPO DE SOUZA PORTO - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A crise ecológica reflete uma crise civilizatória mais ampla, que alguns autores denominam de “Antropoceno”, “Capitaloceno” ou “Ocidentaloceno”. Há um crescente divórcio entre sociedade moderna (capitalista e colonial), sua economia e ciência, com a natureza, a vida e a sociedade. Um desafio teórico-metodológico reside em como superar essa fragmentação.
Objetivos Discutir a crise ecológica a partir de relatos significativos e saberes alternativos produzidos por populações e movimentos sociais dos campos e florestas envolvidos em conflitos ambientais.
Metodologia O trabalho referencia-se nos campos e áreas da Saúde Coletiva, Ecologia Política, Saúde e Ambiente, Comunicação e Educação Popular. Além disso, incorporamos estudos sobre histórias da literatura oral e a Arte-Educação. Baseamo-nos empiricamente na realização de um documentário desenvolvido junto com o cineasta Silvio Tendler, no qual foram criados espaços para relatos feitos por lideranças da etnia Munduruku, quilombolas e camponesas. A ideia foi dinamizar o encontro de saberes científicos e não científicos para explorar e recuperar princípios, narrativas e experiências que apontem para novos paradigmas.
Resultados Os relatos apontam alternativas e diálogos frutíferos. Na apresentação focaremos nas experiências recentes de convívio com o povo Munduruku, que vive às margens do rio Tapajós, no Pará, Brasil. Os relatos revelam saberes e outras possibilidades de relação com a natureza, o tempo, o trabalho, o viajar, a vida em comunidade, o convívio com as tecnologias modernas e a saúde. Também expressam o papel das histórias orais no resgate ético e criativo na produção de saberes. O convívio ativo entre histórias da tradição oral, as experiências e resistências dos povos indígenas, e as conversas com o que os Munduruku denominam “sábios brancos” representam alternativas de diálogo intercultural.
Conclusões/Considerações Como estabelecer pontes entre a linguagem racional e científica com os saberes não científicos dos povos dos campos e florestas? Acreditamos que o diálogo intercultural, mais que um encontro ou ecologia de saberes, é também um encontro de sensibilidades e compromissos em torno de princípios éticos e políticos sobre a vida, a natureza, as relações sociais e interpessoais. Esse é o sentido de narrativas significativas que trabalhamos.
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